Joel Marinho
Entre letras e versos
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QUANTAS?
Era apenas uma formiga entre milhões que habitavam aquele formigueiro. Minha vista sem querer parou exatamente nela a qual nominei de Vitorinha dos Anjos devido a sua força de vontade de vencer os obstáculos. Ela era uma formiga operária e por sua posição de isolamento ali era A mais desprezadas em seu meio.
Observei por um momento todas as outras formigas operárias estavam em trabalhando em conjunto no sistema de auto ajuda.
Mas por que Vitorinha trabalhava sozinha?
Ela ia com seu graveto de folha na cabeça, ora rolando por baixo, ora rolando por cima, cansada parava ofegante de tão desgastante era aquele trabalho. Vez ou outra passava por si em disparada outras formigas apressadas com suas folhas na costa, mas nenhuma delas o ajudava.
Parei por um bom tempo para ver aquela ação sobre formiga tentando fazer sua parte em seu formigueiro até que chegou um grupo de formiga e o atropelou. Se debatendo no chão em seus últimos balançar de patas como se pedisse socorro suas últimas patinhas pararam.
Ali jaz, sem mais permissão de descansar em paz o corpinho tímido de uma formiga batalhadora, seu corpo ficou em qualquer lugar e morreu sem ser notada por seu próprio formigueiro.
Será que ao menos os membros de sua família reclamou seu corpo, aguardou sua volta?
Meu transe chegou ao fim e senti escorrer um frio quente de lágrimas pela morte incoerente daquela formiguinha franzina. Aquela cena ficou eternizada em minha mente, minha eterna Vitorinha dos Anjos.
Enquanto isso entre nós humanos quantas Vitorinha dos Anjos tem sucumbido todos os dias da mesma forma que minha pequena formiga, sem expressão nenhuma, sem nenhuma reverência, sem nenhum luto, perdidas para sempre da memória e História humana como se jamais tivessem existidos.
Joel Marinho
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 01/08/2018
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