Um dia qualquer,
Aleatório,
Em uma sala de aula.
Alunos que saíram de casa,
Intuito: estudar?
Exercícios na lousa
Sobre Revolução Francesa,
Todos sedentos
Pelo saber,
Só que não!
Algumas exceções
Se unem para ler
E para resolver
O que foi proposto.
É mês de agosto
Lá vem vestibular
E ninguém empolgado
Para passar.
Quem sou eu nesse universo de dissabor?
Quanta dor explode em meu peito,
Logo eu que pensava em mudar o mundo
Hoje afundo nesse jogo da história.
Alunos com fones de ouvido
Ligados em seus celulares
Respeito não há
Nem com ele próprio
Imagina com o professor.
Onde eu errei?
Quem mais errou?
Ou meu erro foi ter me tornado professor?
Tudo importa aos alunos,
Menos estudar
Vejo-os em "coma" profundo.
Olho o horizonte e vejo um grande vazio
Um grande navio no mar a afundar.
Perdemos a batalha?
Ainda temos saída?
Vejo a vida passando
Em uma sala de aula
Não especificamente a minha vida,
Pois já estou ganhando,
Mas para eles não vejo quase nada
E isso me cala
Em "coma" também.
Em quem está o erro?
Eu tento acertar,
Porém não vejo saída
Desse oceano tenebroso
Que tende a nos tragar
Ao fundo também,
Mas tem, eu sei que tem
Em algum lugar
Deve haver uma solução
Para acalmar meu coração
E aliviar essa minha angústia.
Joel Marinho