A ilusão do brasileiro a espera de um “Messias”
Eu trago aqui em um dilema
Difícil de resolver
Desde o século dezenove
O povo tende a sofrer
A espera de um milagre
Que nos faça renascer.
O Brasil é um país
Desprovido de heróis
A História que inventaram
Para enganar todos nós
Digo a vocês meus amigos
Que essa mentira dói.
Aquela tal de espada
Que D. Pedro diz que empunhou
Era uma faca de serra
Que com ela o pão cortou
E o grito do Ipiranga
Nunca mesmo ele gritou.
Quando inventaram a República
Pensaram então no passado
No nosso primeiro rei
Um cabra muito danado
Que voltou pra Portugal
Deixando muitos bastardos.
Seu último filho foi feito
Com a monja Ana Augusta
Sua vida desregrada
Não sei se foi causa justa
Mas falar do imperador
Muitas vezes nos assusta.
Pois nem a mulher de “deus”
O patife dispensou
Antes de deitar gelado
Até a monja “traçou”
Que tenha Deus piedade
Desse grande sedutor.
O “Pedrinho” seu primogênito
O segundo Imperador
Pegou a Constituição
Que o seu pai assinou
Antes dos dezesseis anos
A Constituição “rasgou”.
Governou até legal
Mas manteve a escravidão
Entrou numa Guerra inútil
Fez criar um batalhão
Trazendo a nós grandes dívidas
Sucessoras da inflação.
Enfim já velho e cansado
Foi expulso do Brasil
Então surgiu a República
Acendeu mais o pavio
Dessa tal corrupção
Filha de um cão bravio.
Enquanto os coronéis
Comandavam o país
Nós o povo brasileiro
Caminhávamos por um triz
A coisa ficou tão difícil
Que lembravam da imperatriz.
E o povo na sofrência
Esperando o herói chegar
Acreditavam que o próximo
Presidente ia melhorar
Enquanto isso o pau comia
Sempre no mesmo lugar.
Trinta anos de República
E ao pobre nada mudou
Só aos grandes fazendeiros
O patrimônio aumentou
E a grande burguesia
Que aos poucos se instalou.
Veio então a Era Vargas
E trouxe algumas mudanças
Criou o tal trabalhismo
Até criou esperança
Com o dinheiro da guerra
Parecia haver mudança.
Mas foi a guerra acabar
A coisa virou de rumo
Deram uns tapas nas orelhas
Expulsaram o tal Getúlio
E o povo dizia agora
O Brasil perdeu o prumo.
Novamente ele voltou
Com política renovada
Deixou de lado a brabeza
Tentou seguir outra estrada
Mas para entrar na História
Criou a grande sacada.
Deu um tiro na cabeça
E deu adeus para o mundo
A população chorava
Consternamento profundo
Acabou-se o getulismo
Deixou o povo moribundo.
Depois o povo sofrido
Queria um novo Messias
Apostou no JK
Porém o que parecia
Ser a grande solução
E a verdade ninguém via.
Com um papinho famoso
De cinquenta anos em cinco
Tomou dinheiro emprestado
Era o dono do recinto
O presidente Bossa Nova
Acabou num labirinto.
Construiu então Brasília
E mudou a capital
Do Estado Rio de Janeiro
Para o Planalto Central
E agora toma dívida
De novo o povo no “pau”.
Veio o homem da Vassoura
Pra varrer a corrupção
No final foi a vassoura
Que varreu o tal patrão
Extirparam Jânio Quadro
Que ficou com depressão.
Então o povo gritou
Agora o “Messias” vem
Chegou então João Goulart
Mas não foi recebido bem
Foi bater com os militares
E o mandaram para o além.
E os próprios militares
Com a camada burguesa
Que viam os privilégios
Caindo em grande fraqueza
Deram o golpe e selaram
Vinte anos de “certeza”.
Desculpa amigo leitor
Mas por aqui vou parar
Não quero ser igual o Jango
Que comeu um “caviar”
Mandado com muito empenho
Por um grupo de militar.
Vou falar dos grandes projetos
Falarei de outro assunto
Porque aí quem bater
Pode até virar “presunto”
Igual o Jango que foi
Em poucos dias defunto.
Mas então os militares
Resolveram inovar
E capital estrangeiro
Inventaram de emprestar
Mais uma dívida medonha
Para o povo pagar.
Não vamos aqui dizer
Que de nada adiantou
Esses grandes investimentos
Porque covarde não sou
Cito aqui quando errado
E também quando acertou.
Mas dívida quando se faz
Nós vamos ter que pagar
E quando o bicho pegou
Para o lado militar
Saltaram então do barco
Pra que quisesse pegar.
Atolado em dívida externa
O Brasil se encontrava
Com a crise do petróleo
Que no Oriente estourava
Lá estava de novo o povo
E o seu “Messias” esperava.
Veio então Tancredo Neves
A esperança do povo
Mas antes de assumir
Veio um golpe de novo
Dessa vez a tal da morte
Passou em Tancredo o “rodo”.
Novamente o brasileiro
Ficou órfão do “Messias”
Então vamos com o Sarney
E a crise só crescia
Uma enorme carestia
Crescia da noite para o dia.
Novamente a eleição
Trazia nova esperança
Lula e Collor “radicais”
Pesado numa balança
Então vence as eleições
Collor levou a bonança.
Mas o cretino do Collor
Ferrou mais o brasileiro
Em uma política arriscada
Mandou prender o dinheiro
Nesse tempo passei fome
Foi um grande desespero.
Itamar, Fernando Henrique
A coisa até melhorou
Seguraram a inflação
Mas muita coisa faltou
A tal da corrupção
Isso ninguém consertou.
Depois de Fernando Henrique
Velho povo sonhador
Queriam um novo “Messias”
Lulinha paz e amor
Então elegeram o homem
E bonito ele falou.
Discursou lá no planalto
Chorou igual uma criança
O povo disse agora
Nasceu em nós esperança
Mas a coisa desandou
E acabou a bonança.
Veio então Dilma Rousseff
Não aguentou a pressão
Devido as dívidas públicas
E aumento da inflação
Sofreu então o impeachment
Abandonando a “nação”.
Deixou a nós uma herança
Difícil de engolir
Esse tal de Michel Temer
Que em breve vai sair
Está na hora do “vampirão”
Descascar seu abacaxi.
E novamente o povo
Acredita no chamado
No discurso dos “Messias”
Para nós apresentados
Porém não vejo saída
Pra sairmos desse estado.
Novamente o blá, blá, blá
De acabar a corrupção
De melhorar a saúde
Dá ao povo educação
Que chega o novo “Messias”
Pra trazer a salvação.
Mas esse papo furado
Lá do século dezenove
De trazer a solução
Na espada ou no revólver
Entra esquerda, entra direta
E ninguém nada resolve.
Na verdade não resolve
Pois falta o mais importante
Que é a educação
Para um povo ser gigante
E esse item ninguém
Se preocupa nesse instante.
Esperar pelos políticos
Pode morrer esperando
De nada vai adiantar
Pois eles estão se linchando
Quero só encher os bolsos
E ver o povo chorando.
Porém não vamos aqui
Culpar só o presidente
Muito do que acontece
O culpado é a gente
Pois no lugar do político
Seríamos tão diferentes?
Além da falta de estudo
Tem a tal corrupção
Uma coisa arraigada
No seio dessa nação
Pior que a peste bubônica
Serpente filha do cão.
E quando estou falando
Da corrupção infinita
Não me excluo dela
Não sou livre da maldita
Mas luto todos os dias
Contra essa troglodita.
Porém as vezes pergunto-me
O que de fato eu faria?
Se estivesse no esquema
Dessa grande patifaria
Será que estaria isento
Dessa perversa agonia.
Não adianta mudar
O nome dos presidentes
Porque “Messias” não há
Que possa salvar a gente
Se todos continuarmos
Corruptos e indecentes.
Penso eu que o pior mal
Tá na tal corrupção
Seja lá do presidente
Que rouba mais de um bilhão
Ou daqueles que furam fila
Se achando o malandrão.
Porque se você fizer isso
Não adianta gritar
Fora a corrupção
Você precisa mudar
Primeiro com sua prática
Para o outro cobrar.
Leio um pouco de história
E não vejo solução
Tento até ser otimista
Porém vejo escuridão
Ao ver quase toda gente
Cometendo corrupção.
Me pergunto onde erramos
Foram os nossos ancestrais?
Porém se eles erraram
Deixemos isso pra trás
E guardemos na memória
Os exemplos da História
Para não errarmos mais.
Joel Marinho
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 21/08/2018
Alterado em 21/08/2018