Joel Marinho
Entre letras e versos
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URNA NÃO É PRIVADA
Às vezes fico pensando
Por que reclamamos tanto
Quatro anos de porrada
Quatro anos reclamando
Vem de novo as eleições
E nada se renovando

Me admiro demais
De um povo inconformado
Fala mal de seus políticos
Quer ver tudo reformado
Mas vem a oportunidade
E refaz o seu passado.

Quatro anos pela frente
Nada de renovação
É tanta injúria e falácia
Nesse hospício sem razão
Parece até que sofrer
Virou prazer nesse chão.

Se o caro leitor me entende
Essa minha indagação
Por que detonamos tanto
Esses políticos do “cão”?
Se somos nós que os damos
O poder de corrupção.

Cada um com suas angústias
Só querendo se dar bem
Esquecem em quem vai votar
E votam em quem lhe convém
Quem lhe der uma vantagem
Sem olhar a mais ninguém.

É triste quando se ver
Comentários fascinantes
Nessas redes sociais
Para as crianças errantes
Que vivem passando fome
Nesse mundo delirante.

Parece até que o problema
É de um político só
Não lembram que com um gesto
Seria tudo melhor
Na frente daquela urna
Você é o deus maior.

Porém é muito mais fácil
Colocar culpa em alguém
Se eximir dessa culpa
E escrever o que convém
Pagar de bom samaritano
Mas sem respeitar ninguém.

A cada eleição que passa
Me sinto mais decadente
Sabemos quais são as feras
Os venenos de serpente
E fazemos aquelas urnas
Guilhotinar muita gente.

Somos nós os mais culpados
Dos políticos que aí estão
Falamos mal deles todos
Que nenhum mais tem razão
Porém fazemos das urnas
Babel da corrupção.

Então meus caros leitores
Desculpem a expressão danada
Somos nós os eleitores
Que fazemos a cagada
Somos nós que confundimos
Urna com nossa privada.

Joel Marinho

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 28/08/2018
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