NO FUTURO NÃO HÁ PRESENTE
Quantos sonhos em meio a noite, lágrimas jorradas
Molhando as fronhas do velho e surrado travesseiro
Sentia-se por vezes um homem tão pressionado
Um navegante perdido em um país estrangeiro.
Lutou e viveu na ânsia louca de encontrar o futuro
Ultrapassou os muros e se apegou na esperança
Olhando sempre a frente do tempo que não era o seu
E se apegou ao sonho delirante tal qual uma criança.
Passou pelo tempo e não viu o tempo passar
Cada ano um suspiro pelo próximo ano a chegar
E aos poucos definhou com a carga pesada da idade.
O tempo foi passando e nunca o questionou
Não perguntou jamais porque ele nunca amou
Morreu sem presente engasgado com o futuro.
JOEL MARINHO