ENCANTADA
Jogou-se sem medidas em braços aventureiros, abraçou as estrelas, dormiu na amplidão do espaço apaixonada pelo sol e se entregou a vida concreta de solidão, amou demais e não viu o perigo do abismo que se aproximava. Tragou-o para as suas entranhas, virou as lavas de um vulcão até petrificar o coração as margens de um rio qualquer, o poeta o transformou-a em poesia, virou encanto, encanto de mulher em algum canto por aí.
JOEL MARINHO