POLÍTICO DE ESTIMAÇÃO
Aos grandes deuses das letras
Peço aqui nesse momento
Que guiem as minhas mãos
E meu nobre pensamento
Para tratar de um assunto
Que causou descontentamento.
A Reforma da Previdência
Que está pra ser assinada
Já passou pelo Congresso
Falta só a canetada
Do ilustríssimo presidente
E ao pobre chibatada.
E o mais difícil nisso
É ver pobre comemorar
Sem ter noção do perigo
Que vai mais tarde encontrar
Só porque segue um tal “mito”
Que não se pode contestar.
A impressão que eu sinto
Nessa minha caminhada
Que os partidos políticos
São por quadrilhas formadas
E o povo se transformou
Em torcida organizada.
Porque formou-se dois lados
Entre o bem e o mal
“O meu lado é que é o bom”
O teu inferno total!
Tu é esquerda eu direita
Nunca seremos igual.
E nessa disputa “burra”
Uma gama de brasileiros
Tem seu “time” predileto
Seja qualquer forasteiro
Nem que tome muita peia
E passe fome sem dinheiro.
O importante porém
Não é ter explicação
Pelos desvios de verbas
Se é competente ou não
O que importa é ter
Seu político de estimação.
Dessa forma grita um lado
Dizendo-se injustiçado
Enquanto o outro comemora
Do político o seu legado
E no fim ambos os lados
São os mais prejudicados.
E assim que vai passando
Essa reforma da “morte”
Os que já se aposentaram
Podem dizer, tive “sorte”
Pois as novas gerações
Já ganharam o “passaporte”.
“Passaporte ao inferno”
Trabalhar até morrer
Descanso, pra quê descanso
Isso sim é que é poder
Esse é o nosso mito
Sou mais eu do que você.
Queria ver se agora
O “mito” vai ter coragem
De implementar a reforma
Mas se muita fuleragem
Tirar da classe política
Os privilégios de verdade.
Certamente não terá
Pois para isso não tem
Nenhuma força que possa
Nem a força do além
Quando mais um presidente
Descarrilho igual trem.
Eu do meu lado pergunto
Nasci pra ser sofredor?
Será que só eu que sofro
Vendo perder o valor
Da vida em sociedade
Dividida na maldade
Perdemos o tal amor.
JOEL MARINHO