A DOR DO POETA
Quanta dor carrega no um peito o poeta
Ele que se entrega para narrar a dor alheia
Às vezes a sua dor machuca e o desnorteia
E ele guarda a sua dor em uma “caixa preta”.
Escreve, apaga, reescreve, põe emoção
Sem querer cruza com outros no caminho
Se “embriaga” de sentimentos sem vinho
É “Cristo” na cruz em busca de redenção.
Ah, o poeta, esse ser sofredor sem medidas
Às vezes para sarar outrem causa em si feridas
Ver descer do peito o líquido vermelho, a dor.
Eis a razão para abrandar o sofrimento do poeta
Mesmo que em seu peito haja uma ferida aberta
Há sempre um dose de letras, um cálice de amor.
JOEL MARINHO