Joel Marinho
Entre letras e versos
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ENQUANTO O CAXIAS VOAVA PARA O SUL O GAVIÃO (MANAUS) VOAVA PARA A GLÓRIA.
POR JOEL MARINHO

Quarenta e quatro mil, para ser mais exato quarenta e quatro mil cento e vinte um torcedores apontou o placar no templo maior do futebol “Arena da Amazônia” na “tribo” dos Manaós. Aos gritos de “eu acredito” passavam a corrente positiva necessária para os onze guerreiros que desde os primeiros minutos mostravam em campo a que vieram e o porquê estavam dispostos a não deixar essa oportunidade passar entre os dedos, ou melhor, entre os cadarços das chuteiras e assim foram tecendo com os próprios cadarços a vitória que amadurecia.
Um primeiro tempo truncado, até difícil de se assistir, algumas emoções, muita “cera” do time adversário que aos poucos foi sentindo o calor dessa terra abençoada e sobretudo o calor humano na Arena.
Até que aos vinte e seis minutos do segundo tempo, desceu sobre Rossini, o camisa dez do gavião o espírito guerreiro de Ajuricaba e como uma flecha que dispara mortalmente contra o adversário acertou uma bomba para quase arrancar o travessão e estufar a rede do Caxias que naquele momento já se achava desnorteado e pressionado pelas possíveis cobranças de pênaltis caso terminasse em um a zero para o Manaus. 
Mas novamente Rossini recebe o espírito de Ajuricaba e novamente estufa a rede do Caxias enlouquecendo a torcida manaura que fez o Caxias entrar em desespero e partir para o ataque. Nada deu certo ao Caxias e enfim veio a “flechada” de misericórdia, o terceiro gol, agora de Matheus Oliveira que foi para a torcida com “arco e flecha” na mão, um gesto simbólico de regionalidade tão utilizado de forma pejorativa por alguns torcedores do Caxias durante toda semana, um troco dado na bola, no futebol agora de terceira divisão com muito mérito.
O Caxias voltou para casa com o grito entalado na garganta e a sensação de “quase”. Quase sim, quase tiveram a chance de ficar calados ao se achar superior pelo simples fato de morar no sul do país, de terem uma região ao seu ver mais desenvolvida por terem tido sempre mais apoio do governo federal, só esqueceram que essa região foi formado por descendente guerreiros da tribo Manaós e que jamais se curva sem lutar até a morte. 
Talvez digam, mas era só um jogo de futebol! Não meus amigos, não era apenas um jogo de futebol, mas que realmente foi demonstrado no futebol a superioridade do Manaus, porém o que estava em jogo era mais, muito mais que isso, foi o brio de uma cidade, de um Estado, de uma região, de um povo que foi arranhado mediante a tanto preconceito e falta de conhecimento histórico e geográfico por parte de muita gente babaca que ainda tem coragem de bater no peito e falar em patriotismo e nacionalidade.
Nossa região é rica sim, rica em biodiversidade, rica em amor, rica em hospitalidade, de braços abertos abraça a qualquer povo de qualquer região do Brasil e do mundo e precisa ser respeitada. Sem ressentimento com o sul ou qualquer região do Brasil, visto ser esse pensamento preconceituoso, como disse anteriormente de alguns babacas ignorantes e não de todos, por isso o troco foi dado na bola e não na bala, porém isso tem uma simbologia bem mais forte que um simples jogo de futebol, uma simbologia que lava a alma nortista com honra e glória.
Enquanto o Caxias voava para o sul o Gavião voou mais longe, voou mais alto, voou para a fama, voou para a glória, voou para a História do rol dos grandes times do Brasil imprimindo uma campanha de nível altíssimo e fazendo renascer das cinzas a esperança de uma cidade em ver um time de futebol lutando para uma ascensão ainda maior. Se sonhar faz parte dos grandes então vamos sonhar com uma ascensão a série B ano que vem.
Por enquanto vamos nos deliciar com a ascensão a série C sem descartar agora a possibilidade de levantar o troféu de campeão da série D de 2019.
Que assim seja, viva o “Gavião Malvado”, descendente de Ajuricaba da tribo dos Manaós!
Que venham mais bicadas aos times adversários nos próximos jogos e que as comemorações feita por Matheus Oliveira sejam repetidas para sempre mostrando aos adversários que ser descendente indígena não é vergonhoso, vergonhoso mesmo é ainda difundir o preconceito regional em detrimento de um povo demonstrando total ignorância com relação ao outro, ou melhor, não vejo como ignorância, vejo isso como mau caratismo mesmo, afinal a internet está aí e pode também servir para as coisas boas como a informação exata sobre a História e cultura de cada região, basta a pessoa clicar no Google para desconstruir qualquer informação distorcida as quais ela/e recebeu ou interpretou de forma distorcida.
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 21/07/2019
Alterado em 21/07/2019
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