MALDITO CÂNCER
Não tenho mais forças
O cansaço me abraça, ameaça
Sou barco à deriva, solidão
O câncer me toma, me doma
Sem forças nos músculos, fardo
Sou rio que desagua, desaba
E se perde ladeira abaixo.
O câncer maldito me deixa aflito
Eu perco a sorte, vejo a morte
As células morrem, caem lágrimas
Me nego, não me entrego
Mesmo já vendo o fim.
E quando enfim, terra sobre mim
Não chores, lembres do meu sorriso
Memórias de dias incríveis
Memórias que nem o maldito câncer
Conseguirá apagar.
JOEL MARINHO