Joel Marinho
Entre letras e versos
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VIDA DE VESTIBULANDO
POR JOEL MARINHO
 
Não quero lhes preocupar
Nem estou lhes pressionado
Porém venho relatar
A vida de um vestibulando
E como a banda toca
Isso aqui não é potoca
É mesmo coisa do cão
A grande dificuldade
Passar numa faculdade
Por isso preste a atenção.
 
Vestibulando não come
No máximo uma merenda
Namorar não te pertence
Então por favor aprenda
Dormir? Eu nunca nem vi
Só falo porque sofri
Todas essas circunstâncias
Você se torna refém
Ao vestibular convém
Te dominar igual criança.
 
A maldita matemática
É uma coisa infernal
Quanto mais você estuda
Mais ela te causa mal
É feito um trator de esteira
E só te passa rasteira
Não te dar uma vitória
E para dar mais desgosto
Como um cruzado no rosto
Aparece a tal História.
 
E o que parece fácil
Se torna um monstro cruel
A velha biologia
Com as teorias de Mendel
Geografia política
Parece lhe fazer crítica
Chamando você de “burro”
Quanto mais você estuda
Mais vem coisas absurdas
Lhe desferindo mais murros.
 
Vem então Literatura
Você diz, fim de castigo
Aí que você se engana
Com as Cantigas de Amigo
Fazer análises completa
Saber da vida do poeta
Se torna tão doloroso
Eu sei amigo, é difícil
Mas não constrói edifício
Se não retirar o lodo.
 
É mesmo uma crueldade
Parece coisa do cão
Mas se quer ser vencedor
Precisa de direção
E abandonar certos vícios
E entrar no sacrifício
Assim se faz o melhor
Não adianta sonhar
E sair para chorar
No colinho da vovó.
 
Vestibulando é o “bicho”
É herói ou heroína
Se chorar, chora calado
E encara a sua sina
Mas quem luta e não desiste
Terá os momentos tristes
Porém um dia isso passa
E quando vir a vitória
Gritará louvor e glória
E vai até achar graça.
 
Estou falando porque
Nisso tenho experiência
Suas conquistas virão
Mas não do jeito que pensa
Se quiser vencer na vida
Limpe o sangue da ferida
E cura ela com limão
Porque se reclamar dela
Vem o trem e te atropela
E deixa jogado no chão.
 
E vai haver professor
Que todo dia vira fera
–Você estudou tal coisa?
–Vê se estuda, “misera”!
Ele quer te ver vencer
Às vezes chega a esquecer
Que máquina você não é
Mas em ti tem confiança
Que deposita esperança
E todo o resto de fé.
 
Mas aí vem a bonança
Com o seu nome na lista
Todo mundo te abraça
É você que está na pista
Você se sente até gente
Universitário ciente
Que o sofrimento acabou
Daí pra descubra sozinho
O inferno em seu caminho
Porque spoiler eu não dou.
 
Só vou dizer a você
Que acha que está sofrendo
Só como vestibulando
Meu amigo, eu compreendo
Lá dentro da faculdade
Vem tanta dificuldade
Vai estar perdido na ilha
Não é colônia de férias
A Alice não te espera
No país das maravilhas.
 
Mas com o tempo acostuma
A se tornar masoquista
E quando tudo acaba
Lágrimas turvam suas vistas
De repente quer voltar
Para aquele lugar
Que tanto lhe fez sofrer
Parece um grande vício
Porém vale o sacrifício
Ir em busca do saber.
 
E deixo um último alerta
Toma o teu feriado
E se debruce nos livros
Para não ser derrotado
O teu grande concorrente
Está igual uma serpente
Pra descobrir teus segredos
E esse inimigo cruel
Que te lambuza com fel
Na verdade é o teu medo.
 
Quando isso tudo passar
Você vai ficar pensando
Como assim? Era tão fácil
E eu ficava chorando
Tudo na vida é experiência
E se hoje você pensa
Eu não estou preparado
Não esqueça meu caro jovem
Que com o tempo se resolve
Todos os nós apertados.
 
Porém para acontecer
De você contar vitórias
Tem que encarar sem medo
Todos os degraus da glória
Os caminhos que passei
Me fez saber do que sei
Por isso estou lhe alertando
Só vence guerra quem luta
E se entrar na disputa
Sejais guerreiro espartano.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 07/09/2019
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