HIPOCRISIA
POR JOEL MARINHO
A vida é mesmo um complexo e completo disparate, uma orgia confusa entre palavras e ações, aquilo que chamamos de hipocrisia.
Vejam só a nossa História! Somos de fato uma mistura heterogenia de cores, culturas e sexos, somos a sociedade mais múltipla do mundo e mesmo assim ainda não aprendemos a nos respeitar quanto humanos, que dirá quanto sociedade.
Não aprendemos respeitar o espaço do outro, mesmo sabendo que somos no sentido mais amplo do campo social e filosófico uma única sociedade. Mesmo assim não nos respeitamos.
Mas o que queria falar aqui de fato era sobre como tratamos a natureza e os nossos “irmãos” indígenas, aquele que de fato sempre quis preservar a floresta a qual não pertencia a ele, mas ele pertencia a floresta. Isso foi sendo desrespeitado, destroçado e queimado ao longo de apenas cinco séculos de colonização e a sede de destruição ainda não cessou, ao contrário, aumenta a cada dia.
O velho índio que sentava as tardes debaixo de uma árvore para contar a história de seu povo aos mais novos, suas lendas e glórias hoje chora sentado sobre o tronco de uma árvore vendo as toras dela indo embora deixando para trás um resto de saudade e um rastro de devastação.
Enquanto isso os discursos nas grandes cidades, nos palanques de políticos e celebridades pregam o fim da destruição, mas nem de longe abrem mão de suas “bestialidades”, supérfluas e continuam consumindo desenfreadamente, andando em suas máquinas ardentes a cento e vinte quilômetros por hora, que contradição.
Quem diria, um povo tão preocupado com a Amazônia queimando, um ao outro culpando sem pôr a mão na consciência!
Se há índio que assim também pensa? Não há dúvidas, muitas também ajudam a destruir, porém não são maioria.
Por enquanto vamos queimando sem solução, os discursos de preservação, a contramão da ação, HIPOCRISIA, unido ao velho papo de SOBERANIA e a velha idiotice de não sabermos guiar crescimento econômico sem a famigerada destruição total que levará ao encontro fatal os homens com sua extinção.