SELVA DE CONCRETO, DESERTO SEM AMOR
Em meio a prédios suntuosos
Com vidraças coloridas
Há vida, há vidas!
Selva de concreto,
Concreto nos corações
Meninos nos sinais
Quantas aberrações!
A bala perdida partiu sorrindo
Sua quentura esfria o peito de alguém
Cheiro de morte espalhado no chão
A vida agoniza no manto vermelho
O sangue que escorre toca as câmeras
E ricocheteia na tecnologia compartilhada
Com a hipocrisia e a insensibilidade.
O espetáculo da morte
Já não assusta, causa “tesão”
A banalidade se perde
Em meio a prédios suntuosos
E a multidão enlouquecida
Vidraças coloridas
Onde antes haviam vidas
Hoje um deserto sem amor.
JOEL MARINHO