O VELHO CASEBRE A MARGEM DO CAMINHO
POR JOEL MARINHO
Havia muito tempo ali a margem do caminho aquele velho casebre. Era conhecido por todos da região como o casebre amaldiçoado da dona Martíria, uma mulher que apareceu por ali, viveu muito tempo e ninguém nunca soube exatamente quem ela era.
Como chegou sem nada o dono daquela terra deu a ela aquele espaço onde construiu seu casebre e viveu até seus últimos dias. Muitos diziam que ela era uma feiticeira, outras diziam ser o próprio demônio ou outras coisas pejorativas. Toda essa áurea negativa criada na imagem daquela senhora fez crescer o medo nela até pós-morte, por isso ninguém nunca ousara entrar naquele casebre após seu enterro, nem mesmo o dono daquele terreno.
Ronaldo era um rapaz de 20 anos e ficou conhecido por ser destemido, um dia falou que ainda entraria naquele casebre e meia noite só para ver se havia de fato um fantasma de dona Martíria.
Certa noite ele cumpriu o prometido e entrou no casebre. Ouviu-se os gritos estridentes de Ronaldo, uma grande nuvem de fumaça branca tomou conta de toda a casa fazendo desaparecer de vez o casebre.
Ronaldo acordou no hospício e não lembrara nem o próprio nome.
Até hoje todos daquele lugar lembram esse episódio, mas pouco se fala sobre ele.
Ronaldo morreu três meses depois no hospício com um ataque cardíaco fulminante e suas últimas palavras foram: NÃO DEIXEM ELA ME LEVAR!