Joel Marinho
Entre letras e versos
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A TECNOLOGIA OU UMA FACA DE DOIS GUMES
POR JOEL MARINHO
 
O meu papo hoje é reto
Chego com força e energia
Para falar de um assunto
Que pelo mundo irradia
Não é que eu seja do contra
Mas tem tanta gente tonta
Com a tal tecnologia.
 
Eu também me adaptei
Hoje escrevo no teclado
Celular e computador
São meus grandes aliados
Mas se não souber usar
Faz muita gente ficar
Rindo só feito “abestado”.
 
Quando eu passo da conta
Permito-me analisar
Quantas horas mais ou menos
Eu perdi ao celular
Com conversas sem futuro
E livro fazendo muro
Que não abri pra estudar.
 
Crio vergonha na cara
Pego Foucault para ler
Vitor Hugo, Os Miseráveis,
Delicio-me de prazer
Ando por dentro da França
Político a fazer lambança
E aquele povo a sofrer.
 
Mas é difícil de mais
Vencer a tecnologia
Parece que muita gente
“Perde” o cérebro ou “atrofia”
Não se “desliga” por nada
Rindo só vendo piada
Com sua microcefalia.
 
E a tecnologia
Pode ser nossa aliada
Até na educação
Ela pode ser usada
Mas por não saberem usar
Ela veio atrapalhar
A essa nova moçada.
 
E sendo eu professor
Vejo isso todo dia
Alunos todos “armados”
Com a tecnologia
Mas se diz pra pesquisar
Quase ninguém sabe usar
É uma grande agonia.
 
Por terem tudo na mão
Ficam muito confiados
Tudo está no celular
Ficam mal acostumados
É aí mora o perigo
Um dia tu “dança”, amigo,
Tendo o celular bugado.
 
Quando no meio da “guerra”
Tem arma sem munição
Chega o teu “inimigo”
Com uma “arma” na mão
Pode ser que aconteça
Que a “arma” seja a cabeça
E a tua fica em vão.
 
Porque tu não aprendeste
Para fazer um concurso
E lá tu não podes entrar
Com qualquer outro recurso
Então antes que esqueças
Precisará da cabeça
E não um celular pra uso.
 
E só pra ter uma ideia
Então meu nobre leitor
Dia desses fui gastar
A grana de trabalhador
Fiz doze reais de compra
Dei vinte e fiz logo a conta
Do troco que me restou.
 
A atendente me olhou
Com um olhar de atarantada
Pensou, pensou e pensou,
Porém não saía nada
Pegou a calculadora
Com uma cara de tola
Veja aí a presepada.
 
Eu também vou confessando
Não gosto de matemática
Era como ver o Hitler
E no braço sua suástica,
Mas com medo da palmatória
Botei tudo na memória
E fiz dela a minha prática.
 
Então vejo a juventude
Com tudo para dar certo
No entanto, para isso,
Tinha que ser mais esperto
Usar a tecnologia
Na prática do dia a dia
Pois ela é um livro aberto.
 
É tão aberto que tem
Tudo de bom e ruim
Até um tal de X-vídeo
Que apresentaram a mim
Pensei logo, é um herói,
Que mata o mal e constrói
Um mundo de amor sem fim.
 
Fui inventar de acessar
Valei-me meu pai do céu
Que coisa feia danada
Lá é feio o escarcéu
Branca de Neve amarrada
Potter e a vara levantada
E “Senhor que perdeu o anel”.
 
Fui orar pra Jesus Cristo
E ler a Bíblia Sagrada
Passeei pelo Corão
Fui além à caminhada
Conheci a Roma Antiga
As putarias de Calígula
A África e as Histórias contadas.
 
Tinha muito pra falar,
Mas não contarei agora
Sei que muita gente vai
Ignorar-me na hora
Ao ver tanta coisa escrita
Tecendo um ponto de vista
Ninguém mais ler como outrora.
 
Mas quando eu digo ninguém
Falo já te antemão
Que pra toda regra existe
Ao menos uma exceção
E se apenas um ler
A mim será um prazer
Conquistei um coração.
 
Sou crítico, porém eu gosto,
Dessa tecnologia
Tudo nos é permitido,
Se usar com regalia
Não é segredo jamais
Até comida de mais
Pode causar agonia.
 
Antes de ir lhe agradeço
Por me dar essa moral
Sou muito grato a você
Leitor fiel sem igual
Usou a tecnologia
Que nos traz essa magia
De um encontro virtual.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 26/02/2020
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