QUE SAUDADES DO RESFRIADO
Eita saudade que tenho
Daquele meu resfriado
Aquele catarro no peito
Amarelo no chão escarrado.
Aquelas pulgas nos pés
Rodeados de “ovinhos”
Aquela frieira, ó coceira,
Divertindo-me no escurinho.
Os piolhos na cabeça
Faziam festa e coçava
Mas passava um neocid
E ao piolho matava.
Uma verminosezinha
Que dava dor de barriga
Tomava um mebendazol
E acabava com a lombriga.
A gripe virou mutação
Quando chega é pra matar
Já não tem mais resfriado
Ninguém mais ver escarrar.
Piolho e bicho do pé
Não se vê quase em criança
A coceira da frieira
Com suspiro de esperança.
Deliro aqui na saudade
Olhando para a parede
Lembrando-me da frieira
Coçada no punho da rede.
JOEL MARINHO