MEMÓRIAS DE UM POETA ÀS FUTURAS GERAÇÕES
POR JOEL MARINHO
O tempo tornou-se estranho
Os humanos escondem o rosto
A vida sem chocolate
Causou enorme desgosto
Enterros são rápidos e simples
A alegria perdeu o gosto.
Até os cortejos fúnebres
Foram todos interrompidos
Abraço e aperto de mão
Nem de mulher pra marido
Namoros, afagos e beijos,
Tudo fora proibido.
Era o ano dois mil e vinte
O instante que esse poeta
Escrevia essa poesia
Olhando a janela aberta
Livre/preso atrás de grades
A maneira mais correta.
Em “prisão” domiciliar
Mesmo com a chave na mão
Talvez você ache estranho
E ria sem ter noção
Porque não leu a História
Por isso deixo a memória
Escrita com emoção.