TEMPO
Acolheu-me entre seus braços,
Encheu-me de aconchego
E aos poucos foi me moldando;
E como ele era simpático.
Deixou-me livre, soltou-me,
De repente ele volta diferente
E agora me aperta, mas sem carinho.
Está rude, aborrecido com tudo.
Cadê aquele grande amigo?
Ele já me sufoca, sinto sua força,
A minha liberdade, não existe mais,
Ao menos em plenitude.
Estou vendo ele mais diminuto
Arredio, bruto, odioso.
Ó tempo, por que me sufoca assim?
JOEL MARINHO