NU
O nu é a coisa mais espetacular
Mostra exatamente como você é
Não, não falo de nada do caráter,
Falo apenas do corpo físico,
Mas já mostra muita coisa.
Mostramo-nos as pernas, os braços,
No caso do homem também o peito
É uma coisa muito normal,
Já na mulher, não é bem assim,
Os peitos já se tornam incomum
A não ser que esteja amamentando
E assim classificamos o corpo
Entre o que pode e o que não pode mostrar.
O ser humano não é engraçado?
Criaram as tais das partes íntimas
E essas são “sagradas”, não pode mostrar.
Está errado? Bem, não sei!
Acho melhor não opinar,
Mas se pudesse diria: acho que está errado,
Mas antes de me crucificar posso explicar!
O corpo não é um bem público
É um bem sagrado,
Ele tem um dono ou uma dona particular.
Mas se eu posso mostrar uma parte
Por que a outra não posso mostrar?
Seria tão bom se o nu não fosse censurado.
Ah, lá vem o depravado!
Pode me classificar, mas depravado não sou,
Apenas gosto da coisa bem explicada.
O corpo nasceu nu, todos os animais,
Entretanto, subvertemos a natureza,
Cobrimo-nos de grandeza e de nobreza
De arrogância, poder e suntuosidade,
Criamos a vergonha e inventamos o pudor
Revestimo-nos na capa da hipocrisia
E esquecemo-nos da nossa mísera condição
Que quando chegamos ao mundo
Viemos nus.
JOEL MARINHO