Joel Marinho
Entre letras e versos
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O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS HUMANOS? (DEJAVU OU ANACRONISMO)? 
POR JOEL MARINHO
Eu vejo um mundo ofegante
E humanos extremamente doentes
Em nome de um deus ou de um grupo
Em nome do poder, do ego e do dinheiro
Eles se digladiam e se matam.
Quem somos nós, os humanos?
Que raça é essa imbecilizada
Capaz de matar por nada
Só pelo prazer de matar?
Se auto diferenciam por:
Cor
Religião
Ideologia política
Castas
Classe
Enfim...
Chegam ao extremo do patético.
Todo dia um bombardeio diferente
O vírus mortal
O fuzil cuspindo fogo na favela
Enquanto no Alphaville o acovardamento,
O covarde espanca a mulher
Na frente de suas crianças
Descontrolado pelas drogas
Chama o polícia de “nojento”
E qual o tratamento?
Não foi o mesmo dado a João Pedro
Que para o Estado
Foi apenas mais um executado
Que virou Estatística
E a mesma polícia
Não o deu a chance de se defender
Atiraram primeiro
Para depois socorrer, como sempre,
Afinal “Alfavela”
Não é Alphaville
E nem se escreve em inglês.
Lá nos Estados Unidos não é diferente
Um policial branco mata um negro
De uma forma brutal
Sem ressentimento.
E qual a explicação?
Bem, não há explicação,
Apenas ódio escorrendo nos olhos
Por conta da cor da pele.
A velha política de extermínio
Em uma nova sociedade.
E no Brasil cópia desse presente
E de um passado idiota
Em nome da tal supremacia
Tãoo idiota quanto seus líderes
E os seus seguidores.
A Ku Klux Klan norte americana
Aflora em Brasília
Sedenta por sangue.
Floresce o ódio como no século dezenove
Onde tudo se resolve a bala
Contra aqueles visto como opositores.
Nesse meu tempo de escrita
Mais sonhos destroçados
Mais negros foram para a vala,
Mais crianças abusadas,
Mais mulheres morreram
Pelas mãos daquele que dizia que o amava.
E o Estado que era para proteger os seus
A justiça que era pra agir
Assiste a cena, abobalhados,
Acovarda-se, cala!
Em meio a tudo isso já se vai trinta mil vidas
E milhares de sonhos sucumbidos
Pelo maldito Covid-19.
A fome castiga na favela
E os poderes disputam poder
Nessa queda de braço idiota.
Se a favela se revolta
Nós temos a cura
Bradam os exaltados,
Os “defensores” da família e dos “bons” costumes.
Fuzis e metralhadores cospem fogo
Esse é o jogo
Que só um lado perde
O mesmo jogo e fogo que cuspia na Bahia
No final do século dezenove
Contra homens e mulheres do Conselheiro,
Mas agora os alvos são outros
Que sofrem com a bala “perdida”
Que de perdida não tem nada
Ela está apontada para o alvo
Já tem endereço certo
E o alvo não é branco
Esse eterna contradição.
O ódio aumenta nas redes sociais
As mentiras (fake News) se espalham
Como rastilho de pólvora
Levando destruição e morte.
Olho por cima do muro
E tento enxergar um futuro,
Mas que futuro?
Só vejo lágrimas e dor.
Estou sendo negativo?
Sim! Só espero que eu esteja errado.
Se possível aponte algo positivo
Para que eu ainda possa sonhar.
Vejo o abismo se aproximando
E a humanidade cega caminha para ele
Sem rumo e sem rima
Nesse buraco sem fundo.
O que será que aconteceu com o mundo
Que tornamos nós, os humanos tão doentes?
O que aconteceu desse povo sem memória
Que não tiraram proveito da História
Para não cometerem os mesmos erros
De um passado de certa forma tão recente?
Vivemos um Dejavu?
Ou quem sabe um anacronismo?
Porque pelo jeito...
A História se repete.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 01/06/2020
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