OS COSTUMES SE INVERTERAM: O CACHORRO MOSTRA OS DENTES E O HUMANO USA “FOCINHEIRA”
POR JOEL MARINHO
Não é de hoje, sabemos.
Que os costumes se invertem
O que é certo fica errado
E o errado se converte
Na mais pura das verdades
Uma mudança da peste.
Às vezes essas mudanças
Vem de forma gradativa
Elas vão acontecendo
Hora morre hora ativa
De qualquer forma ainda fica
Uma parte dela viva.
Vamos parar de delongas
Sem tempo pra ser ufano
Falaremos dessa mudança
Que soa até meio insano
Essa troca de papéis
Entre o cão e o ser humano
O cão a qual me refiro
É o bicho literal
Não aquele do “inferno”
A quem o homem atribui o mal
O “causador” da Covid
Essa desgraça mortal.
Vejam bem, nobres amigos!
Parece até brincadeira
Eu percebo toda vez
Que preciso ir à feira
O cachorro com a cara “nua”
E o humano de “focinheira”.
E até a pouco tempo
Se eu falasse isso a alguém
No mínimo iam rir de mim
Perguntado: tu estás bem?
Vá procurar um Psicólogo
E um Psiquiatra também!
Mas se alguém falasse a mim
Teria a mesma reação
Por ser algo tão improvável
Surreal até então
Eu usando “focinheira”
Igual ao meu pobre cão.
Agora posso sentir
O que o bichinho sente
Aquela coisa apertando
Nariz e orelha da gente
Muitos ainda respiram
O bafo de onça quente.
Mas o humano é o bicho
Pra não se dá por vencido
Inventa um nome bonito
Para o nariz “entupido”
“Focinheira” é PROTOCOLO
E tudo está resolvido.
Porém tem coisa pior
Que nem parece verdade
Tem uns que usam pra charme
Pra modinha ou vaidade
Põe no queixo a “focinheira”
E vai desfilar na cidade.
Já vi até presidente
Que pra pôr a “focinheira”
Pendurou pelas orelhas
Passou vírus nela inteira
Depois colocou nos olhos
Causando nele “cegueira”.
Ficou tudo às avessas
E o mundo clama socorro
Está tudo desgovernado
O poste urina o cachorro
Entrar em banco não mascarado
Virou crime, leva esporro.
Enfim, meus grandes amigos,
As coisas estão trocadas
Com essa tal pandemia
A vida é trancafiada
A coisa ficou mais dura
Banhe de cloro a verdura
Pra fazer sua salada.