Joel Marinho
Entre letras e versos
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“ÓRFÃOS DA LIBERDADE”?
POR JOEL MARINHO
Viva a democracia! Viva a liberdade! Viva a Constituição!
Tornou-se até clichê às pessoas aqui no Brasil, para falar da nossa experiência democrática bater no peito e dizer: eu sou livre, pois vivo em uma democracia. Isso é bem verdade! Mas qual seria o sentido de liberdade? Será que os seres humanos já tiveram esse privilégio algum dia no caminhar da História humana?
Bem, lembremo-nos da História dos nossos ancestrais da era paleolítica. Tinham um mundo inteiro pela frente, porém a caverna era a parte preferida, devido ao medo do desconhecido. Ao saírem das cavernas os pequenos grupos sentiram a liberdade, talvez o único sentimento de liberdade mais pleno, não fosse o medo.
No período neolítico com o crescimento dos grupos houve a necessidade de uma reorganização grupal/social e dos deuses. Com isso houve a divisão social e o distanciamento da divindade e assim criar uma grande desigualdade entre os humanos, levando à maioria da população uma tremenda pobreza e o tolhimento cada vez mais da liberdade.
Em meio a isso vez ou outra os grupos se voltam uns contra os outros em busca desse sonho de liberdade e logo o grupo que alcança o poder acabam subjugando outros grupos, fazendo com que isso volte a se repetir outras vezes na mesma ou em outras sociedades.
Como não se lembrar das nossas leituras nos livros didáticos da experiência democrática dos gregos atenienses de meados do século 5 a.C? Aliás, a nossa experiência de liberdade está baseada nessa experiência ancestral vinda da Europa.
Mas voltando ao início. Será que realmente somos livres como realmente pensamos ao dizer que temos liberdade?
Evidentemente que não!
Temos uma falsa liberdade ao pensarmos que somos livres e talvez isso seja bom, principalmente aos grupos que estão no poder, dessa maneira é bem mais fácil de dominar e continuar no poder.
Mas seria de fato possível vivermos na liberdade?
Também penso que não, afinal precisamos de uma organização social para ter um norte e quando isso ocorre somos de alguma forma tolhidos de coisas que gostaríamos de fazer, no entanto, não podemos por conta das convenções sociais as quais não inventamos, porém temos que seguir e assim acabamos sendo privados.
Somos órfãos da liberdade? Provavelmente não, talvez tenhamos sede pela liberdade, entretanto, ela pode ser um bem ou um mal que jamais alcançaremos em sua plenitude.
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 08/07/2020
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