QUANDO AS PALAVRAS NÃO VÊM
Fogem as palavras,
somem as rimas,
espera-se...
as horas passam,
tic, tac, tic, tac,
maldito relógio.
O tempo se torna infinito,
o embaraço se torna inimigo,
penso comigo:
Por que escolhi ser poeta?
Meus pensamentos disparam tal qual metralhadora nervosa,
volto a minha infância,
Aquele cheiro de cravo, o colorido das rosas;
meus olhos fechados,
recordações afloradas,
ouço revoadas,
pássaro cantando,
um mundo encantado,
as lágrimas caem.
Um mergulho profundo no passado
e as palavras?
Ah, as palavras insistem em não vir.
JOEL MARINHO
Prosa poética inicialmente publicada no livro de Antologia Poética Poesia Livre 2018, concurso nacional novos poetas.