NO SILÊNCIO
Solitário e preso ao meu silêncio
Minhas mãos jorram apenas letras mortas
Pensamentos obsoletos me confortam
Completando o fúnebre ócio do que penso
Nesta ânsia entre a morte e a vida
O ar sufocante vai ficando rarefeito
Um deserto toma conta do meu peito
Qual cratera se abrindo uma ferida.
O que me resta agora se não a dor?
Aquilo que outrora parecia ser amor
Virou um grande império de solidão.
No silêncio ouço as malditas vozes
Com a aurora surgem cantos de albatrozes
Pensamentos fervilhando em turbilhão.
JOEL MARINHO