BEIJO DE SERPENTE
Perder-se na alegria dos teus olhos
É tombar sobre o beijo da serpente
É morrer de uma forma incoerente
É abrigar-se numa casa sem ferrolho.
Quão enorme sua insensibilidade
Onde meu pobre coração se ancorou?
E sem medida entregou-se com amor
E afogou-se em meio a tanta falsidade.
Triste homem a caminhar pelo deserto
Que por perto não encontra um oásis
Pobre vítima para morrer a céu aberto.
Na lembrança beijo amargo da serpente
Em seu delírio a sucumbir pelo veneno
Velho corpo já descansa em solo quente.
JOEL MARINHO