Joel Marinho
Entre letras e versos
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A FAZENDA EM QUE UM JUMENTO VIROU PRESIDENTE E ADESTRADOR
AUTOR: JOEL MARINHO
 
A história que vou contar
Não é papo de pescador
Isso ocorreu de verdade
Com certeza, sim senhor!
A fazenda que um presidente
Era um jumento insolente
E virou adestrador.
 
Numa campanha política
Repleta de palavrão
O jumento prometia
Cuidar os seus cidadãos
Armar em nome de Cristo
Todos os bichos benquistos
Ter uma arma na mão.
 
O galo ficou contente
E dizia agora sim
Surgiu alguém de verdade
Que está pensando em mim
Com o esporão afiado
Eu furo até o veado
Bucho, coração e rim.
 
E o bode se tornou
O principal delegado
Foi espalhando santinho
Na fazenda por todo lado
O porco de olhar tranquilo
Ficou bolado com aquilo
Dizendo vai dar errado.
 
Foi a beira do riacho
E falou, compadre pato
Não vote nesse jumento
Tentou convencer o gato
Porém foi voto vencido
Todo o bicho convencido
A eleger um ingrato.
 
O peru todo contente
Convenceu o jabuti
A votar no tal jumento
Falou até ao quati
Dizia que o cachorro
Nunca mais lhe dava esporro
Nem corria atrás de si.
 
Até porque se corresse
Ele agora estava armado
Podia rasgar de unha
O tal cachorro malvado
O quati foi convencido
Disse o jumento é amigo
Tem que ganhar um reinado.
 
Porco, cutia e jacu
Fizeram oposição
O urubu só olhava
Aquela situação
Queria era a desgraça
Pois um banquete de graça
Surgia à disposição.
 
No dia da eleição
Eram vivas que se ouvia
O jumento foi eleito
Na maior democracia
Porem no dia seguinte
Todo aquele requinte
Virou uma covardia.
 
O porco foi o primeiro
A sofrer golpe profundo
O jumento ordenou
Prender ele lá no fundo
Daquela enorme fazenda
Disse, esse fez contenda
Vai pra um chiqueiro imundo.
 
A comida prometida
Para toda a bicharada
Fez até o pobre pato
A trabalhar na enxada
O galo foi obrigado
Acordar todo cansado
E cantar de madrugada.
 
Jacu ficou responsável
Ter que cuidar das galinhas
Todo dia relatava
Quantos ovos ali tinha
O peru foi comer vento
Não tinha mais um alento
Teve que andar na linha.
 
E a arma prometida
Chegou ao boi e a vaca
Que eram amigos do jumento
E ganharam suas “facas”
Espetado em suas testas
Para enfiar nas bestas
Que tiveram a cabeça fraca.
 
Em pouco tempo a fazenda
Virou foi síndrome de fome
Os bichos arrependidos
Apelaram ao bicho homem
O primeiro que foi pro ralo
Foi a galinha e o galo
No meio do come, come.
 
A fazenda foi pro brejo
Até para o boi foi “sal”
O urubu roeu carcaça
Ria e dizia, foi mal
O jumento arrogante
Levou carreto distante
Levando surra de pau.
 
Mas dizem que até agora
Há quem faça reverência
Àquele jumento louco
Parece até ser doença
É o tal do masoquismo
Que ataca o psiquismo
De quem apanha e não pensa.
 
Essa História é verídica
Lá do começo dos tempos
Quando tudo começou
O presidente era um jumento
Com um discurso arrogante
Tornou os bichos errantes
Até o exato momento.
 
E aqui qualquer semelhança
Que exista com o ser humano
Juro ser coincidência
Talvez juga por engano
Isso foi a muito tempo
Não existe outro jumento
Vivendo no nosso plano.
 
Deixo a você meu abraço
E também o meu conselho
Se não for pedir demais
Faça do jumento espelho
Do seu título faça a arma
Para não cair no karma
E viver de olhos vermelhos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 14/04/2021
Alterado em 14/04/2021
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