Joel Marinho
Entre letras e versos
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A CONTENDA DO BEBUM COM O PADRE SOBERBA
POR JOEL MARINHO
 
Sentado o bêbado estava
Prestando atenção à missa
De uma forma submissa
Enquanto o padre falava
Dizia ele que o Abel
Morto de forma cruel
Pelo seu irmão Caim
Com a costela de um jumento
Terminou o seu intento
Por ter um gênio ruim.
 
O padre velho em malícia
Querendo o bêbado expulsar
Disse, vou lhe perguntar
Se não souber chamo a polícia
Se não prestou a atenção
Sairá no camburão
Pra respeitar a igreja
Esse cheiro de cachaça
Você está em desgraça
Por ti o Diabo graceja.
 
Seu padre, pergunte logo,
Pois não gosto de polícia
Eles não fazem carícias
Quero sair desse imbróglio
O padre falou ligeiro
Quem foi que morreu primeiro
Me responda, seu nojento
Disse o porre então é isso
Para mim não há serviço
Primeiro morreu o jumento.
 
Tu é quem é o jumento
Primeiro morreu Abel
Daquela forma Cruel
Saia e ver se toma tento
O porre disse seu padre
Deixa a mão de ser covarde
Você contou a História
Caim teve seu intento
Com a costela do jumento
Não venha contar vitória.
 
Se matou com a costela
O jumento já era morto
A não ser que um anjo torto
Tem de Deus a parentela
E fez o jumento dormir
Depois arrancou de si
Sem o jumento morrer
Deu pra Caim, o cruel
Matar seu irmão Abel
Certo sou eu ou você?
 
Se eu venho aqui na missa
Porque é a casa de Deus
Esse templo não é seu
Sua palavra não me enfeitiça
Não gosto de exibido
Saio pois não sou querido
Esse seu papo me irrita
Prefiro ser vagabundo
Um ser perdido no mundo
Com a minha nobre birita.
 
A ser um padre que acha
Ser de luz, superior
Não se ache meu senhor
Do saco a melhor bolacha!
Esse seu papo indecente
Enganado a essa gente
Isso Jesus não se agrada
Vou lhe deixar, vou embora
Não jogue conversa fora
Com uma ovelha desgarrada.
 
Vou falar pra ir embora
Não vá cair no inferno
Com esse “vestido” moderno
Peço por Nossa Senhora!
Porque se lá te encontrar
Vou pra sempre te zoar
Por toda a eternidade
Sou bêbado de alma vazia
Mas detesto hipocrisia
De quem falta com a verdade.
 
O bêbado se levantou
Pegou o rumo da porta
O padre de cara torta
Petrificado ficou
Em frente a comunidade
Ele ouviu as verdades
Que nunca pensara ouvir
Sua soberba lhe “matou”
Parece que se encantou
Desapareceu dali.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 28/05/2021
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