MINHA DOSE DIÁRIA DE CICUTA
Eu que pelo mundo ando
Nem sei onde e quando
Morri, deixe de viver.
O tempo é liso a escorrer
A vida é curta fez-me morrer
Afogado no meu oceano.
Neste inferno astral desumano
Onde Dante me jogou, tirano
Hoje resta-me infeliz loucura.
Resisti a vida de amargura
No calabouço vivi noite escura
Tomando doses diária de cicuta.
Se ainda vivo é na força bruta
Só o vento ouve minha escuta
E ricocheteia meu triste lamento.
JOEL MARINHO