ZÉ MADEIRA E MARIAZINHA NOS BRAÇOS DO AMOR BANDIDO
JOEL MARINHO
Eis-me aqui nesse momento
Com tanta coisa a fazer
Porém me lembrei de algo
E só me resta escrever
Espero sinceramente
Que isso toque você.
Existem vários amores
O platônico e o gentil
O amor fogo de palha
O “correnteza” de rio,
Porém esse é o bandido
Não sei se desse já viu.
Um encontro casual
Ocorreu numa festinha
Ele cheio da manguaça
E ela meio “bebinha”
Ele era o Zé Madeira
E ela Mariazinha.
E nesse primeiro encontro
Já ganharam a capoeira
Pois motel é para os fracos
E não para o Zé Madeira
E Mariazinha adorava
Na folha de bananeira.
Naquele encontro selvagem
Foi tapa pra todo lado
O pobre do Zé Madeira
Teve dois dentes arrancados
Ela gritava aguenta
E deixa de ser rogado.
Zé Madeira apaixonou-se
Mas logo ficou sem dentes
Quando o amor acontecia
Ficava ainda mais quente
Pra aguentar Mariazinha
Só mesmo na aguardente.
O problema é que a danada
Bebia mais que o Zé
E em meio àquele fogo
Ele era um garnizé
Levava tapa na cara
E no peito pontapé.
Em pouco tempo casaram
Em uma grande festança
E fizeram uma casinha
Com alegria e esperança
Mas o barulho a noite
Desperta a vizinhança.
Pois a casa é de madeira
E por nada revestido
Quando o amor acontece
Daquele amor bandido
Todo mundo se desperta
Para ouvir o alarido.
Eles se dão muito bem
Não há nenhuma briguinha
A não ser daquela vez
Que ele chegou de manhãzinha
Nesse dia apanhou tanto
Que deu pena na vizinha.
Nunca mais o pobre Zé
Ousou fazer presepada
Ela pegou uma faca
E gritou, tá amolada
Se você pisar na bola
Vai ter as bolas arrancadas.
Daquele dia em diante
Ele ficou cordeirinho
Quando queria beber
Jamais saía sozinho
Sempre estava ao lado dela
Pra não desviar caminho.
Hoje com mais de sessenta
Dizem que o fogo acalmou,
Porém contam as más línguas
Que ainda não apagou
Agora os netos é quem falam
Vão com calma vó e vô!
Essa história é verdadeira
Com fontes da minha mente
Poeta até aumenta
Mas fique você ciente
Que jamais inventa coisa
Porque poeta não mente.