A PELEJA DO PAPAGAIO COM O PERIQUITO (APLAUDAM A POMBA)
POR JOEL MARINHO
O papagaio e o periquito
Entraram num duelo feio
E a pomba intrometida
Veio se meter no meio
No calor da discussão
Começou ter palavrão
Em tremendo demaseio.
O papagaio gritava:
Periquito, seu escroto
Sou macho alfa e daí
Meu voto é no gafanhoto
Larga a mão de picuinha
Não venha com frescurinha
Cala a boca, peso morto!
O periquito falou
Disse calma “bebezão”!
Teu grito não me intimida
Não venha com palavrão
Meu voto é na Joaninha
Pois ela é toda minha
Já não tá mais na prisão.
O papagaio zangado
Gritou, Joaninha não!
Acabou com o Brasil
Esse filhote do cão
É filho do satanás
Vendeu nossa "Fuscobrás"
Ô comunista vilão.
O periquito perguntou
E o que o Gafa fez?
Além de falar besteira
Fale a mim de uma vez
E não venha com Fake News
Coisa que só existiu
No mundinho de vocês.
Ora, ele sabe das coisas
Gafanhoto tem razão
Todo o mal desse país
Veio com Joaninha "ladrão”
Foi ela que introduziu
A “gayzada” no Brasil
E inventou a corrupção.
Depois que entrou Gafanhoto
A corrupção terminou
Expulsou a ladroagem
Nosso dinheiro sobrou
E se existe inflação
Trazendo decepção
É culpa de governador.
O periquito irritado
Disse você está “serto”
Com um sorriso sarcástico
Só meio bico aberto
Eu encerro a discussão
Não vou chamar palavrão,
Pois tem criança por perto.
Além de ser um bossal
É cheio de preconceito
É um serzinho desprezível
Com homofobia e despeito
Ó folhinha do calendário
Saia de dentro do armário
E talvez ganhe o meu respeito.
O papagaio gritou
Eu vou te meter a mão
Seu “gayzinho” vagabundo
Me respeite que sou machão
E como dois forasteiros
Foram os dois ao terreiro
Pra resolver a questão.
A pomba que só ouvia
Levantou logo a cabeça
E falou ao periquito
Amigo, não se aborreça,
Pois vocês dois são parentes
Larguem de serem doentes
Por políticos não pereçam.
E vocês lesos brigando
Defendendo esses safados
E eles só maquinando
Pra nos deixar mais lascados
Enquanto brigam na rinha
Mensalões e rachadinhas
Está rolando adoidado.
Foi então que o papagaio
Olhou para o periquito
E disse nós somos primos
A pomba falou bonito
E ela fala a verdade
Brigar por esses covardes
É ser imbecil ao infinito.
Sorriram e se abraçaram
Um ao outro pediu perdão
Foi então que prometeram
Botando “mão” sobre “mão”
Que nunca mais brigariam
Por políticos porcaria
Surrupiador da nação.
A pomba sempre presente
Desde os tempos de Noé
Traz a cabeça empinada
Com alegria e muita fé
Leva a paz a quem precisa
E dos perigos nos avisa
Aplaudam a pomba de pé!
Obrigado por ter lido
Com carinho e paciência
Tudo aqui é ficção
Carregado de inocência
E ser for reconhecido
Por um fato parecido
É mera coincidência.