ENTRE O BONITO E O FEIO, NÃO RIA, VOCÊ ESTÀ NO MEIO
Hoje o meu papo é direto
Venho falar de feiura
O contrário da beleza
Aquela forma mais pura
Feiura é coisa esquisita
Ao contrário de bonita
Deixa uma feição mais dura.
Eu só nunca entendi
Qual o padrão de beleza
Quem foi que a definiu
Isso me causa estranheza
Não sei qual é o esteio
Que sustenta bonito e feio
E o gordo da magreza.
Eu me olhei no espelho
Tentando me definir
O espelho me olhou
E danou o pau em rir
Eu disse cabra safado!
Posso te deixar quebrado
E coloco outro aqui.
Mas até hoje eu espio
Para aquele espelho leso
Ele me olha sorrindo
Tirando de mim o peso
Por vezes eu acredito
Que sou feio e bonito
Nenhum fator eu desprezo.
Entre o feio e o belo
Eu me defino ajeitado
Eu diria um ser humano
Um pouco “desabonitado”
Porém com um banho de loja
Vem a beleza e se aloja
Ficou um feinho arrumado.
A beleza está nos olhos
E a feiura também
Nos olhos de quem nos olha
Para o mal ou para o bem
Na construção social
Somos o único animal
Que definimos alguém.
Deixo aqui o meu abraço
A quem me acha bonito
Também aos que me acham feio
Nas duas versões acredito
Entre o bonito e o feio
Não ria, você está no meio
Nem por isso é esquisito.
JOEL MARINHO