MALANDRO MESMO É O PATO
JOEL MARINHO
Reza a lenda que a pata
Apertou o nobre pato
E disse ou casa ou acaba
Nosso namoro no ato
Pra não perder a “morena”
Respondeu de forma plena
Eu sou um pato não rato.
Caso sim minha menina
Você é meu grande amor
Vamos atrás de cartório
E uma igreja, por favor
Procure um padre arrumar
Se não poder encontrar
Pode trazer um pastor.
E tudo então sucedeu
Para o grande casamento
A pata toda animada
Para o seu grande momento
Já sonhava com a ninhada
E ter uma “patarrada”
Era seu maior alento.
Na hora de dizer sim
Começou grande lambança
O pato abriu os dedos
Perdeu a pata a esperança
Riu o pato abençoado
Nasci com dedos colados
Pra não entrar aliança.
A pata ficou zangada
E saiu cortando o vento
Queria matar o pato
Foi o rebu do momento
E então dali pra frente
Só quando a galinha tiver dente
Entre patos há casamento.
E foi daí que nasceu
Aquele grande ditado
Malandro mesmo é o pato
Já nasce com os dedos colados
Assim vive de festança
Não paga pensão nem herança
Nem tem símbolo de casado.