Joel Marinho
Entre letras e versos
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OS PETS SELVAGENS E A PESTE DA “ESCRAVIDÃO”

JOEL MARINHO

Já começo sem pedidos de desculpas mesmo respeitando os pensamentos contrários e se falo é apenas o que penso sobre o assunto o qual abordarei numa discussão a qual vejo como válida, a prisão sem culpa e sem um justo julgamento dos passarinhos e outros animais selvagens os quais acabaram entrando para esse mundo dos pets.

Já não bastassem gatos e cães hoje tratados como “gente” e até aí tudo bem, afinal os gostos são diferentes e como disse, eu respeito.

Mas o que dizer de um animal arrancado violentamente de seu habitat silvestre e enjaulado em uma gaiola apenas para encher o ego dos falidos humanos? Por vezes são obrigados a comer outro tipo de alimento e colocado em ambientes hostis para aprender brigar, cantar ou qualquer outra coisa que eleve o ego do “bicho” humano.

Encarcerados sem nenhum julgamento prévio ou direito a um advogado que o defenda o coitado vai perdendo os pelos ou as penas, canta, dança e diverte, mas logo perde seus instintos e sofre aprisionados em um espaço de cinquenta por vinte centímetros enquanto ver lá fora um universo inteiro onde podia percorrer ou voar.

Pobre macaco amarrado pela cintura, faz macaquice para ganhar de seu dono uma banana. Coitada do iguana come qualquer coisa e nem sabe cantar, nem ao menos “iguanar”.

A arara com sua cor tão rara canta desesperada, pois esqueceu de como era voar. Até a cobra que se dobra dentro de uma caixa onde não mais se encaixa, pois está grande demais e o periquito com seus agudos gritos pedindo socorro com medo do cachorro que já nem liga, pois se tornou um “familiar” do homem e não mais um animal, não sei a vocês, mas a mim isso não é normal.

O curió, ó dó, canta angustiado, pobre coitado já não é quem era mais. E o “peste” do homem sagaz quer o vê-lo mais cantar e dá uma vitamina para ele se espertar e assim ganhar dinheiro ao vendê-lo. Que horror, que desespero!

Eu vejo as cenas e ficou horrorizado e por isso tenho muito me perguntado: ainda há esperança de amor ao “bicho” homem?

Sinceramente não acredito muito mais nisso! E não vou nem entrar do que ele faz com a própria raça.

Ó poeta desalmado, mas eles comem todo dia e não são maltratados!

Então faremos ao contrário, soltemos os animais e demos aos que ostentam essa aberração boa ração, porém enjaulados. Se em cinco anos tiver bem sossegado sem reclamação, mesmo sem nenhuma esperança de sair da prisão voltemos ao passado e prendamos os animais.

Nesse quadro de terror eu sigo na contramão de milhares ou milhões de pessoas pelo mundo. Talvez eu seja diferente, quem sabe até esteja errado por ver esse fator de uma outra ótica, mas eu prefiro ser assim, enquanto eu puder apenas fotografar os pássaros livres no ar e os outros animais em seu habitat assim serei.

Se eu estiver errado, condene-me, mas por favor, não me tranquem na gaiola antes de eu preparar minha defesa, não me faça como os pássaros suas presas sem direito ao contraditório, nem ao menos um prévio interrogatório, não me impeçam jamais de voar. Sou poeta e como os pássaros nasci livre e solto no ar, sem paradeiro para pousar e condeno a escravidão.

 

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 30/01/2022
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