Joel Marinho
Entre letras e versos
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VELHO RICO E VELHO POBRE ENTRE O VIAGRA E A GARRAFADA

JOEL MARINHO

Dizem que velho é só velho,

Porém eu vou discordar

Velho rico e velho pobre

Cada um tem seu lugar

E nesse meu cordelzinho

Vou lhe explicar direitinho

Escute o que vou falar.

 

O velho rico é o cara,

Pois tudo é ele que banca

Atualmente chamado

De vulgo cabeça branca

Com uma dúzia de mulher

Vinho, champanhe e filé

Ninguém ver suas pelancas.

 

Mesmo que ele não saia

Nas selfies com as novinhas

Ele vai ser sempre o cara

O rei de todas rainhas

Em sua lancha lotada

Mulheres semi peladas

É quase um galo de rinha.

 

Toma champanhe francesa

E médico pra receitar

Muitas pílulas azuis

Para o coroa “brincar”

No meio daquele jogo

Ele nunca nega fogo

Tem Viagra pra ajudar.

 

E todo fim de semana

Tem sempre a lancha lotada

Modelos das mais bonitas

Algumas até “importadas”

E tudo é ele que banca

Só chamam cabeça branca

Chamar de velho é cilada!

 

No entanto, o velho pobre

Só vive cheio de dor

Com o seu salário mínimo

Está morando de favor

Na casa de um parente

Sofrendo com dor de dente

De todos só um sobrou.

 

O aposento não dá

Nem pra comprar os remédios

É pressão e diabetes

É rachadura no prédio

Não tem lancha nem canoa

Só tem briga da “patroa”

E uma vida de tédio.

 

No máximo que o pobre compra

É só uma garrafada

Que nem sabe o que vem dentro

E não lhe serve de nada

E quando compra um Viagra

É falso, a barriga estraga

Só deixa as pernas entesadas.

 

E se olhar pra novinha

O pobre já é taxado

De cretino, sem vergonha

Não se enxerga, é um safado

E se falar é pior,

Vai parar no xilindró

Com a alcunha de tarado.

 

E já não pode tomar

Nem a “marvada” cachaça

Champanhe nunca bebeu

Não pode nem ir à praça

Porque com as pernas duras

Se cair lá vem fratura

A vida vira desgraça.

 

Como o dinheiro não dá

Pra comprar boa comida

O velho pobre definha

Vai chegando ao fim da vida

Assim acaba morrendo

Num sofrimento horrendo

Sem pompa na despedida.

 

Até nisso é diferente

Se o cabeça branca morre

É infarto de miocárdio

Mas antes o SAMU socorre

E levam de avião

Seu corpo não vai pro chão

Grande translado percorre.

 

Quando o velho pobre morre

Foi de espinhela caída

Ou mesmo um tal de “derrame”

Acabou com a sua vida

Morre na fila do SUS

Implorando por Jesus

Sem ninguém pra despedida.

 

É caixão de “marupá”

Que é feito improvisado

No velório pouca gente

Somente os mais chegados

E naquela agonia

Oração, Ave Maria

Pra “perturbar” o coitado.

 

Acho que eu expliquei

Tudo bem detalhadinho

E se quiser discordar

Deixo aberto o caminho

Estou pronto pra disputa

De Cordel sem força bruta

Septilha, rimadinho.

 

Mas antes de dizer tchau

Já fico preocupado

Porque a minha cabeça

De branco já está “pintado”

E sem plano de saúde

Peço que os deuses ajudem

Este poeta lascado.

 

Porém como está na moda

Essa nova transação

Se quiser mandar um pix

Estarei de prontidão

A chave está liberada

Se for quantia avultada

Vai ser melhor a benção.

 

Rsrsrsrsrsrsrs.

Espero que se divirtam com meu cordelzinho mal rimado e para quem chegou até o fim meu muito obrigado!

 

Obs: Aos que passaram dos 40 igual a mim não é uma indireta, tá bom, ésó humor rsrsrsrsrs.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 31/01/2022
Alterado em 01/02/2022
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