NÃO ME TOLHAM A LIBERDADE!
Tudo o que escrevo é ruim, sim eu sei disso
Amontoado de letras e frases sem nexo
Confundo verbos com pronomes,
Quanto a vigula não sei como usar
Bagunça total em meus pensamentos
Enfim, tudo que toco desmancha no ar,
E eu que sonhei tanto em ser poeta.
Mas as vozes já me diziam desde criança:
-Tu jamais será poeta!
Eu discordava
E continuava escrevendo coisas que nem eu lia.
O tempo passou e eu continuo escrevendo
As vezes eu leio e me pergunto: quem escreveu isso?
Vem os críticos e me pedem para escrever dentro das regras
Escrever algo que realmente possa chamar-se poesia,
Mas realmente não nasci pra ser poeta
E aos críticos eu só peço uma coisa, deixem-me escrever em linhas tortas!
Não tirem de mim essa única emoção
Não tolham de mim o que me mantém vivo
Conheço minha sentença, porém me deixem sonhar,
Não, não sonhar em ser poeta, simplesmente sonhar.
Para quê eu não sei, apenas me libertar,
Pois o escrever me liberta e só assim sinto-me em paz.
JOEL MARINHO