MINHA ÓRFÃ POESIA
A minha poesia está lá, eu sei
Em algum lugar intocada, me esperando
Espremida dentro de um cofre, solidão
Enquanto aqui fora voam as borboletas.
As formigas vão e vem no seu trabalho
Roga o pão de ada dia os meninos nos sinais
Vai a noite, vem o dia o sol espera
E a minha poesia ainda está presa
Eu sem jeito de poder lhe libertar
Pois as dores dessa vida me aprisiona
Nesse campo de algema em liberdade
Penso até que já é tarde, vou embora
E a minha poesia será órfã.
JOEL MARINHO