VELHO TEMPO
No cadafalso visto a cara falsa
E sorrio firme para a morte.
A dor do inferno me abraça
A corda em meu pescoço laça.
O moço meu carrasco, com um frasco
Álcool a molhar sua goela.
É o fim, vejo a morte, que sorte!
Vou morrer ainda donzela
Sem afago, sem beijo,
Mas cheia de desejo
Que não sei qual é.
E o príncipe, e o príncipe
Miseravelmente me deixou,
Não ligou para o meu sofrimento
Me pisoteou com seu cavalo branco
Esse miserável nunca me amou
O velho e cruel tempo.
JOEL MARINHO