UMA DOSE DE CICUTA, POR FAVOR!
JOEL MARINHO
A tela branca e a “mente” vazia
o maldito caos me toca
e rasga minha alma.
A doce esperança,
aleatória lembrança de um tempo.
Surge algo de relance
é agora, brota a poesia
um vulto passa e eu...
começo a falar com ele.
Ah, lá vem o chato do meu psiquiatra
falando palavras bonitas que só ele entende,
aliás, as vezes penso que nem ele compreende
as suas próprias palavras.
Uma dose de cicuta, por favor!
Os homens de branco avançam sobre mim,
não sinto meus braços, nem minhas pernas,
estou preso ao vazio, imobilizado.
Agora estou feliz, tomei a injeção da “felicidade”
não quero sofrimento, quero paz o tempo todo.
Mais pílulas, uma para dormir, outra para despertar
Duas para sorrir, outra para ver o colorido da vida.
Mas...a tela continua em branco e eu nadando no caos
sentado na proa da loucura, sem sentido, vendo a vida passar
apenas um sorriso falso, sem alegria, mente vazia, sem poesia.