Joel Marinho
Entre letras e versos
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“JÁ CHEGA DE MULHER SURTADA NA MINHA VIDA, POR ISSO NÃO CASO”

JOEL MARINHO

Sei que a amiga leitora

Leu esse título “invocada”

Soltou “fogo” pela venta

Bastante contrariada

Calma que vou explicar

Talvez quando eu terminar

De mim não esteja zangada.

 

E ao eleitor que também

Acha o título aberração

Vai entender o que falo

Basta prestar atenção

Escuta o que vou dizer

O que acabou de ler

Não é minha opinião.

 

Num grupo de Waths App

Nesse mundo virtual

Alguém mandou essa frase

Para ele muito normal

Vi aflorar o machismo

Disfarçado de cinismo

Como se fosse banal.

 

“Chega de mulher surtada

Na droga da minha vida

É por isso que não caso”

De forma bem decidida

Quando li a presepada

Pensei perder a “boiada”

Mas pensei, causa perdida.

 

Respirei, fui trabalhar

Para o bem do coração,

Porém vou deixar aqui

Minha humilde opinião

Se não quer mulher “surtada”

Vire padre, camarada

Ou case com um “homão”.

 

Aliás, isso não é

Vergonha para ninguém

Vá se casar com um homem

Quem sabe viverá bem

Se bem que acho difícil,

Pois talvez o estrupício

É você não outro alguém.

 

Só não posso admitir

É falar mal de mulher

Elas têm os seus defeitos

Para mim normal, não é?

Porque como ser humano

Nós cometemos engano

Não admite quem não quer.

 

E para a nobre mulher

Existe uns agravantes

A tensão Pré Menstrual

Se torna um “monstro” gigante

Sem falar que ela é o ser

Que faz a vida crescer

Por nove meses intrigante.

 

Se ela ficou “surtada”

Tente não aborrecer

Às vezes sei que o homem

Não sabe o que fazer

Se ela gritar não grita

Porque tudo a ela irrita

Não vá de frente bater.

 

Você não tem repentino

Essa mudança de hormônio

A raiva que elas relatam

Como se fosse um “demônio”

Que nem elas se aturam

E nesses dias que duram

São a elas dias tristonhos.

 

Procure compreender

Dê chocolate a ela

Ou uma rosa vermelha

Pinte de branco a janela

Adapte-se as suas manias

Que ela tem nesses dias

Das complexas as mais singelas.

 

Até mesmo as mais valentes

Se procurar entender

Com pouco tempo depois

Começa a se derreter

Chorosa pede desculpas

Fala que dela é a culpa,

Mas culpa não pode ter.

 

Nesse momento o abrace

E nada de revanchismo

Não use a fragilidade

Para cometer machismo

Entenda a sua mulher

Ela não faz porque quer

Nem pense que é cinismo.

 

E se quiser saber mais

Sobre toda essa mudança

Vá estude um pouquinho

Pare de fazer lambança

Estudando é que se aprende

E quanto mais você entende

Morre em ti essa “vingança”.

 

Não estou aqui para ensinar

Nem dar lição de moral

Também cometo tropeços

Não sou um homem ideal,

No entanto, todo dia

Busco de forma sadia

Tirar de mim qualquer mal.

 

Também apanhei na vida

Às vezes ainda apanho

Todavia, hoje em dia

Perco menos do que ganho

Procuro proporcionar

O melhor ao nosso lar,

Porém há dias estranhos.

 

Entretanto, quando chego

Que vejo o “bicho pegando”

Se ela quiser carinho

Vou devagar me encostando,

Porém se dizer cai fora

Eu me afasto na hora

Seu momento respeitando.

 

De manhã acordo cedo

E faço o nosso café

Levo a ela na cama

Com um breve cafuné

Assim posso o acordar

De forma bem devagar

A “minha” deusa mulher.

 

Quando ela abre os olhos

Me abrindo aquele abraço

Mesmo com dor um sorriso

Tudo com prazer eu faço

Então desata a conversar

E eu fico a escutar

A mim não é embaraço.

 

E quando a cólica aperta

Ouço os gemidos de dor

Eu já sei o que fazer

Lá para a cozinha vou

Esquento água com pressa

Para fazer-lhe compressa

Com calma e muito amor.

 

Assim vou sobrevivendo

E vivendo com alegria

Jamais eu culpo as mulheres

Pelo “surto” dos seus dias

Me coloco em seu lugar

E ao invés de criticar

Procuro a sua “magia”.

 

Não sou o melhor marido,

Porém faço o meu melhor

Mulher tem os seus defeitos

Talvez eu tenha pior

Porque enquanto ser humano

Todos cometemos enganos

Desde os tempos de “vovó”.

 

Ser surtado ou não surtado

Não tem nada a ver com sexo

Para dizer a verdade

Isso é bastante complexo

Se não concordar comigo

Estude a pauta, amigo!

Deixo a você meu amplexo.

 

Só não posso concordar

Com preconceito e racismo

Com pessoas que destilam

Em suas falas machismo

Que culpa a Deus e o mundo

Com um ego tão profundo

Carregado de achismo.

 

E só para terminar

Com minha crítica acirrada

Aprenda, meu camarada

A mulher não é “surtada”

O “surtado” é você

Que não quis compreender

Os hormônios de sua amada.

 

E da forma que comecei

Vou por aqui terminar

Se não quer uma mulher

Com medo dela “surtar”

Arrume um homem ligeiro

Para ser seu companheiro

Não há mal nenhum amar.

 

Só não garanto que vai

Ter amor o dia inteiro

Como nos contos de fada

Com seu nobre companheiro

Porque onde houver dois

Mesmo feijão com arroz

São sempre dois estrangeiros.

 

Ainda tem a opção

De não se casar com ninguém

Nem com ele nem com ela

Faça o que lhe causar bem,

Pois vejo com pesar profundo

Difamar quem te pôs no mundo

Pior que isso não tem.

 

 

Obrigado pela belíssima interação, poeta Stelo Queiroga!

Amigo Joel Marinho

Desde Manaus Amazonas

Fez um tratado completo

E te digo impressionas

Defesa bem construída

Dos seres que nos dão vida

Maravilhosas madonas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 02/01/2023
Alterado em 13/10/2023
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