“HOMEM É BICHO QUE NÃO PRESTA”
PORJOEL MARINHO
“Minha” mulher um dia desses me veio com essa frase, “homem é bicho que não presta”. Ainda tentei argumentar, mas quando a mulher fala é melhor calar e foi a atitude mais acertada que eu tomei, pois nesse dia ela não estava muito bem. Sai de perto e fiquei pensando naquela frase da mesma forma que um analista observa cada frase e gesto de seu analisando e me veio na lembrança a história que meu amigo Apolinário me contou a bastante tempo. Ah, o Apolinário é meu amiguinho imaginário como tantos outros dos meus dias de escritor.
Disse-me ele que um dia ao chegar em casa como fogo em brasa queria namorar, então gritou ao cruzar a linha da porta para sua mulher Rozilda (chamada carinhosamente por ele de Zilda):
- Se apronte, Zilda que hoje eu vou te usar.
Ele só não sabia que ela estava “naqueles dias” em que o capeta parece que “atazana” a cabeça da mulher, o tal período de Tensão Pré Menstrual, apelidado carinhosamente pela sigla TPM.
- O quê seu cabra safado, eu aqui agoniada lavando louça e cozinhando esse feijão duro que tu comprou ainda vem com esse papo de tarado para o meu lado!
Então, respondeu Apolinário querendo afrontar Rozilda:
- Já que está ficando coroa vou aproveitar e dar uma saidinha, lá na rua está cheio de novinhas loucas para “amar”.
O mundo escureceu e olha quem apareceu ao pobre Apolinário, segundo ele era Deus, vou acreditar, pancada na cabeça faz a pessoa delirar.
- Filho meu, te darei mais uma chance de voltar, mas por favor, não vá mais aprontar, se Rozilda está invocada, não diga nada, apenas observe o ambiente e não confronte, com certeza ela sempre irá ganhar.
Acordou com uma dor de cabeça danada, Rozilda chorosa em um cantinho sentada rezando para um santo qualquer reestabelecer a vida do seu marido. Apolinário sem saber de nada perguntou o que aconteceu e contou daquele encontro estranho que teve com Deus, mas por pouco ele não estava chegando no inferno abraçando o capiroto.
Lembrei da frase da mulher de que homem não presta, se ela falou então o que me resta? Apenas concordar. Vai que ela esteja naqueles dias em que o demônio de longe assobia, porém não tem coragem de perto dela chegar.
Fica a dica meus amigos, não deem uma de Apolinário, não vão “bancar o otário”, igual a caçarola que quase mata o nosso personagem tem uma em sua casa e se chegar com o corpo em brasa primeiro se ambiente, traga um chocolate como presente e só quando ela sorrir mostre os dentes, então é hora de amar, ela vai se entregar fatalmente.
Interação com o poeta Tristão de Tall. Obrigado, meu nobre!
Todo homem é um diabo,
não há mulher que isso negue.
Mas todas elas querem,
um diabo que as carregue".