O SISTEMA Envolve-nos completamente Tal qual o “abraço” de sucuri É impossível dele sair.
É invisível a olho nu, Porém seus sinais são gritantes Que nos sufoca a cada instante.
Para ter algo a quem culpar Ele foi inventado, não aleatório No intuito de assistir nosso velório.
Sua presença acaba nos paralisando Se apresenta tão sutil e sorridente, Mas mata como o veneno da serpente
Sabemos que existe, Todavia, sem conhecimento Os ignoramos para nosso sofrimento.
Se não há a quem culpar Culpa o sistema Até aparece em forma de poema.
Jogamos sobre ele Toda a nossa frustração E ignoramos a situação.
Quando tudo empaca Em meio aos problemas Desabafamos: a culpa é do sistema!
Mas quem criou o miserável sistema? Ou seria ele um foco de fumaça Para descontar nossa própria desgraça?
Seria o sistema os velhos oráculos Onde os antigos iam se consultar E se não desse certo tinham a quem culpar?
Maldito sistema que me sufoca! Eu que a ti tenho muito culpado Por me deixar tão sufocado.
Só por hoje te deixo meio em paz E em meio a todo o meu estupor Vou culpar a quem te criou.
Entretanto, é tu meu calvário Se hoje sigo nessa tormenta Culpo também a quem te alimenta.
Meus olhos sangram, o corpo enrijece Minhas mãos trêmulas, minha agonia Para terminar essa pobre poesia. JOEL MARINHO
Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 20/11/2023
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