NÃO TENTE ME DESVENDAR
JOEL MARINHO
Eu sou aquilo que se chama camaleão
Cores diversas, humores complexos
As vezes quero amplexos
Noutras solidão,
Não tente desvendar os meus mistérios.
Já me chamaram de dupla personalidade
Ledo engano, sou multiplicidade
Às vezes sou apenas vaidade
Noutras sou um poço de ilusão.
Sou a moça que sonha
O menino que chora
Sou a mulher que implora
Para o homem ficar
Sou o homem ajoelhado
Implorando perdão
Sou o jovem apaixonado
Com flores nas mãos.
Sou de tudo um pouco
Se sou louco?
Pode ser que sim, decifre-me!
Sou choro
Sou paz
Sou luz
Sou escuridão
Sou alegria
Sou magia
Sou contestação.
Não me pergunte o que sou,
Pois não sei explicar
Eu sou de tudo um pouco,
Mas não tente me desvendar
Que viro fumaça no ar.