Joel Marinho
Entre letras e versos
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A XANINHA BRANCA DE JOAQUINA

JOEL MARINHO

Desde a mais tenra infância Joaquina desenvolveu um amor incomparável pelos gatos, quando tinha cinco anos ganhou seu primeiro gatinho que ela “batizou” por Aranha Preta, visto a cor preta do bichano com uma bolinha branca no meu do peito, além da forma como ele se esticava para se espreguiçar que o fez comparar a uma aranha ao tecer sua teia.

Ao longo do tempo Aranha veio a falecer e ela ficou muito triste, teve um longo luto e até certa aversão por gatos, não porque não gostava, porém tinha medo de criar outro e passar pelo mesmo sofrimento quando ele viesse morrer.

Chegou, porém, a fase da adolescência e novamente veio aquela vontade em Joaquina de ter um novo bichano, talvez por conta da fase feminina, a vontade de ser mãe, não sei direito, pode ser que seja apenas imaginação da minha cabeça nesse momento. Enfim, ela começou sentir esse desejo mais forte às vésperas de seu aniversário de dezesseis anos.

Um dia vindo da escola, Joaquina se deparou com aquela cena, uma gatinha vira lata miando desesperada de fome, estava muito mirrada pelos maus tratos, mas apesar disso era muito linda, A moça não resistiu e levou para casa, porém no caminho falava para a gatinha que só iria cuidar até ficar mais fortinha e depois levaria a um local que fizesse doação, mero engano, pois aquela gata o chamava a atenção, era de um pelo tão branco, mas tão alvo sem nenhum sinal que mais parecia nuvens sem chuva em dias de verão.

Em casa alimentou, levou ao veterinário, cuidou dos pelos e em poucos dias se tornou o xodó de toda a família, logo não tinha mais nem clima de levar a gatinha para doação. No entanto, ainda não tinha nome mesmo depois de quatro semanas ali, logo começaram chamar apenas de Xaninha por conta do tamanho que chegou, na verdade continuou pequena.

Xaninha se tornou a atração da casa, era uma gata muito esperta e sabia chamar a atenção do povo. E todos os dias quando Joaquina chegava ela corria, pulava, miava e mordiscava os dedos dos pés de sua dona como que agradecendo por tê-la tirado daquele sofrimento da rua.

Certo dia Joaquina chegou a sua casa de mansinho sem ninguém perceber, colocou roupa de banho, pegou sua toalha e foi direto para a piscina. Quando Xaninha percebeu sua dona saiu desesperada até seu encontro, porém a mesma já havia pulado na piscina e estava imóvel lá no fundo.

Desesperada Xaninha correu para dentro de casa e começou a miar alto, arranhar as paredes como se estivesse pedindo socorro. Dona Carla, mãe da menina foi quem observou a forma como estava diferente a gata quando a mesma se atracou em suas pernas e cavou mais forte as suas unhas, mas rapidamente soltou e correu em direção à piscina.

Dona Carla seguiu a gata que parou à beira da piscina miando alto, fazendo com que a mãe percebesse o perigo ao qual a filha estava passando.

Ao ver a filha desmaiada no fundo da piscina dona Carla não pensou duas vezes e com o instinto de mãe arpoou com toda roupa até arrastar a menina para fora d’água. Aos gritos ela pediu socorro à vizinhança que acionaram o SAMU e depois de muita luta conseguiram reanimar a garota. Segundo o médico que a atendeu se tivesse durado mais cinco minutos para ser atendida com certeza não teria resistido.

Daquele dia em diante Xaninha não se tornou apenas a atração, mas um membro da família também chamada de o “milagre de Deus”, não fosse ela Joaquina com certeza teria perecido no fundo daquela piscina.

Já se passaram 25 anos desde a morte daquela gata, mas até hoje todos os membros da família conhecem a história e o legado da Xaninha de Joaquina, inclusive os que nasceram depois daquele episódio reproduz essa história com orgulho.

A XANINHA BRANCA DE JOAQUINA

JOEL MARINHO

Desde a mais tenra infância Joaquina desenvolveu um amor incomparável pelos gatos, quando tinha cinco anos ganhou seu primeiro gatinho que ela “batizou” por Aranha Preta, visto a cor preta do bichano com uma bolinha branca no meu do peito, além da forma como ele se esticava para se espreguiçar que o fez comparar a uma aranha ao tecer sua teia.

Ao longo do tempo Aranha veio a falecer e ela ficou muito triste, teve um longo luto e até certa aversão por gatos, não porque não gostava, porém tinha medo de criar outro e passar pelo mesmo sofrimento quando ele viesse morrer.

Chegou, porém, a fase da adolescência e novamente veio aquela vontade em Joaquina de ter um novo bichano, talvez por conta da fase feminina, a vontade de ser mãe, não sei direito, pode ser que seja apenas imaginação da minha cabeça nesse momento. Enfim, ela começou sentir esse desejo mais forte às vésperas de seu aniversário de dezesseis anos.

Um dia vindo da escola, Joaquina se deparou com aquela cena, uma gatinha vira lata miando desesperada de fome, estava muito mirrada pelos maus tratos, mas apesar disso era muito linda, A moça não resistiu e levou para casa, porém no caminho falava para a gatinha que só iria cuidar até ficar mais fortinha e depois levaria a um local que fizesse doação, mero engano, pois aquela gata o chamava a atenção, era de um pelo tão branco, mas tão alvo sem nenhum sinal que mais parecia nuvens sem chuva em dias de verão.

Em casa alimentou, levou ao veterinário, cuidou dos pelos e em poucos dias se tornou o xodó de toda a família, logo não tinha mais nem clima de levar a gatinha para doação. No entanto, ainda não tinha nome mesmo depois de quatro semanas ali, logo começaram chamar apenas de Xaninha por conta do tamanho que chegou, na verdade continuou pequena.

Xaninha se tornou a atração da casa, era uma gata muito esperta e sabia chamar a atenção do povo. E todos os dias quando Joaquina chegava ela corria, pulava, miava e mordiscava os dedos dos pés de sua dona como que agradecendo por tê-la tirado daquele sofrimento da rua.

Certo dia Joaquina chegou a sua casa de mansinho sem ninguém perceber, colocou roupa de banho, pegou sua toalha e foi direto para a piscina. Quando Xaninha percebeu sua dona saiu desesperada até seu encontro, porém a mesma já havia pulado na piscina e estava imóvel lá no fundo.

Desesperada Xaninha correu para dentro de casa e começou a miar alto, arranhar as paredes como se estivesse pedindo socorro. Dona Carla, mãe da menina foi quem observou a forma como estava diferente a gata quando a mesma se atracou em suas pernas e cavou mais forte as suas unhas, mas rapidamente soltou e correu em direção à piscina.

Dona Carla seguiu a gata que parou à beira da piscina miando alto, fazendo com que a mãe percebesse o perigo ao qual a filha estava passando.

Ao ver a filha desmaiada no fundo da piscina dona Carla não pensou duas vezes e com o instinto de mãe arpoou com toda roupa até arrastar a menina para fora d’água. Aos gritos ela pediu socorro à vizinhança que acionaram o SAMU e depois de muita luta conseguiram reanimar a garota. Segundo o médico que a atendeu se tivesse durado mais cinco minutos para ser atendida com certeza não teria resistido.

Daquele dia em diante Xaninha não se tornou apenas a atração, mas um membro da família também chamada de o “milagre de Deus”, não fosse ela Joaquina com certeza teria perecido no fundo daquela piscina.

Já se passaram 25 anos desde a morte daquela gata, mas até hoje todos os membros da família conhecem a história e o legado da Xaninha de Joaquina, inclusive os que nasceram depois daquele episódio reproduz essa história com orgulho.

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 28/02/2024
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