NESSE MAR DE HIPOCRISIA, ENTRE A MORTE DE JESUS CRISTO E O BIG BROTHER BRASIL
POR JOEL MARINHO
O que conceituamos quanto amor deve ser mesmo algo divino, talvez nenhum ser humano esteja apto a praticar esse sentimento, ao menos da mesma forma a qual consta no livro sagrado dos cristãos, a Bíblia, sentimento esse que nem os próprios cristãos tem a capacidade de praticar.
Vejamos o porquê estou dizendo isso. Digo isso por dois motivos os quais podem não ter nada a ver um com o outro, porém percebi algumas semelhanças as quais me fizeram levantar da rede e vir escrever. Primeiro, hoje é o dia que o Ocidente comemora a morte de Jesus Cristo bíblico, que segundo a tradição cristã se sacrificou para resgatar todos os pecados dos homens, tamanho o amor sentido pela humanidade.
O segundo motivo, vão me chamar de louco e até xingar, não tem problema, fiquem à vontade, afinal, quando se escreve ou emite uma opinião temos de nos preparar para opiniões contrárias, as mesmas vindas com respeito não inviabilizam a nossa, ao contrário, é na discussão sadia que novas ideias surgem para o prosseguimento de novas formas de pensar e viver. Mas bem, quero fazer essa ligação de Jesus e seu amor com o Big Brother Brasil de 2024.
Louco, mas o que tem a ver a calça com o cinto? Quase nada, mas se a pessoa for magrinha e a calça um pouco folgada serve para não deixar ela nua causando embaraço.
Sem muita coisa a fazer a noite por não estar mais estudando esse ano estou acompanhando quase que diariamente o programa depois de 24 anos sem assistir, para muito e até a mim mesmo algo que não acrescenta quase nada na, todavia, pode falar demais da nossa sociedade, tanto pelos representantes confinados quanto por quem acompanha aqui fora, com suas críticas e suas violências veladas ou não.
Nesse programa já se viu de tudo, machismo, autoritarismo, classismo, xenofobismo, sexismo e até a quase via de fatos em vários momentos do reality. Um retrato recortado do Brasil desde sua formação quanto Estado Nacional em 1822, para não falar do período em que éramos colônia de Portugal.
Pois bem, em meio a tudo isso alguns saíram cancelados por suas atitudes, outros que ainda permanecem na casa estão sendo odiados por justamente mostrar atitudes reprovadas por muitos aqui fora, alguns deles que sem câmeras filmando fazem igual ou até pior, nessa demonstração de hipocrisia sem limite.
Mas o povo que prega a paz, a não traição querem cancelar os participantes que justamente não traem e nem brigam, mesmo sabendo ser aquilo um jogo, inclusive com uma grana muito alta resolveram seguir um pouco da ética e dos conceitos aprendidos no seio familiar como boas práticas de convivência, que o diga os participantes Matheus Alegrete (RS) e Isabelle Nogueira (AM). Isso não significa que os dois não tenham defeitos assim como todo ser humano, mas procuram seguir alguns preceitos sociais considerados os mais adequados.
O homem é um gentleman, capaz de respeitar seus adversários e até uma moça que em meio ao programa teve um leve caso com ele, porém resolveu deixa-lo em nome do jogo (até aí tudo bem a decisão dela), mas fosse outro com as oportunidades obtidas na casa de ficar e até atar um relacionamento com outra pessoa com certeza não pensaria duas vezes, é solteiro mesmo, porém para manter sua palavra decide continuar firme com o que disse e decidir quando sair fora das câmeras.
Isabelle, moça que tem suas convicções firmes e uma palavra forte é xingada e cancelada justamente por manter-se na decisão de não causar brigas e procurar apaziguar qualquer treta, sempre respeitando os espaços alheios ganhou a alcunha de planta por grande parte do público brasileiro que esperam sedentos por uma briga ou uma traição para também xingar e cancelar quem agir assim (Que o diga, Lucas Buda). Enfim, os humanos querem guerra, mas em meio a guerra fazem vigílias e orações aos que nela sucumbem, vai entender a cabeça humana.
Mas pior, isso não é de hoje, vem de muito longe esse instinto de guerra e gosto pelo sangue dos seres humanos e, só para voltar ao início desse texto e fazer uma ligação entre Jesus Cristo e o Big Brother Brasil que aparentemente nada tem a ver um com o outro eu preciso explicar meus argumentos: Não adianta você pregar a paz e a harmonia, os homens não estão preocupados com esses preceitos, querem mesmo é guerra, querem ver é o sangue do outro derramado, como aconteceu com Jesus Cristo, mesmo já estando anunciada a sua vinda há milhares de anos sofreu as consequências de uma condenação e uma morte terrível por seus pares, imagina um ser humano tentando manter a paz em meio a esse caos.
No final, o povo é sedento por ver a morte (mesmo que simbólica) e o sofrimento do outro como acontecia em arenas romanas na luta entre os gladiadores até um dos dois sucumbir com toda aquela gente aplaudindo e se deliciando com o banho de sangue que se transformava no tapete vermelho do vencedor.
Não, a humanidade não quer paz, não quer homens e mulheres que prezam pelos princípios ditos cristãos de harmonia e amor e acredito muito em uma coisa, caso aquele mesmo Jesus Cristo voltasse hoje ele sofreria as mesmas consequências ou até pior a ocorrida na primeira vez, o matariam pessoalmente e simbolicamente nas redes sociais e ainda diriam que era em nome dele próprio para dar ênfase e base às atrocidades do homem.
Afinal, os homens não estão preparados para viver de fato o conceito e o sentimento chamado amor.