Joel Marinho
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PSICÓLOGO POR MEIO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

POR JOEL MARINHO

É sabido que os homens durante a sua caminhada histórica na terra buscam sempre inventar técnicas e tecnologias que os auxiliem em seu dia a dia e torne a vida um pouco mais confortável, isso parece ser, para usar um termo da Psicologia Comportamental, algo “nato” do ser humano por sua capacidade de estar sempre se movimentando no sentido de criação para a resolução de seus problemas.

Isto, porém, tem trazido nos últimos anos muitas discussões quando os homens passam a recriar medidas para a resolução de suas dores e angústias internas, como a construção de robôs que os substituem em suas inteligências, assim como ultimamente as famosas IAs, Inteligência Artificial no intuito de substituir a interação humana e se criar uma interação perfeita com a máquina.

Longe de nós fazermos uma crítica no sentido de não querermos nenhum tipo de contato com essas novas experiências, todavia, quando elas tendem a quebrar essa ligação de mim com o meu semelhante já tenho uma leve impressão de que algo errado poderá acontecer. Queira eu que não seja hoje um dos críticos dos novos “Noés”, porém não vejo com bons olhos isso, visto que quanto ser humano precisamos da interação com outros humanos.

Ao que tudo indica, chegamos em um ponto da nossa história no qual queremos extirpar qualquer tipo de problema com soluções rápidas e sem nenhuma dor e eu até concordo se essa dor for física, quanto aquela da “alma”, psicológica eu duvido muito que um dia uma máquina consiga nos desligar dela.

Mas falamos isso porque há poucos dias estávamos lendo uma matéria em um jornal qualquer no qual dizia que os humanos estavam procurando atendimento psicológico por meio da Inteligência Artificial, algo muito interessante se pensarmos do ponto de vista da praticidade, pois nem precisamos mais sair do nosso próprio quarto, teremos que ter apenas um celular e acesso à internet.

Porém, do nosso ponto de vista é aí que mora o perigo, essas máquinas foram desenvolvidas para dizer apenas o que o cliente quer ouvir, muito diferente daquelas perguntas de quando estamos frente a frente com um/a psicóloga/o, aquela sensação de ódio e alegria quando ao analisarmos a nossa própria fala incitada pela/o analista enxergamos o óbvio, mas não sem frustração. Pois tudo o que fazemos na vida haverá desconforto e frustração até chegarmos no lugar o qual lutamos para conseguir.

Sentir frustração na vida é tão necessário quanto tomar água ou se alimentar e isso se dá dentro das interações humanas, outro fator totalmente necessário. Tentar esse afastamento dos outros humanos achando que uma máquina irá suprir todas as nossas necessidades só vai causar mais vazio, uma bolha onde será inevitável manter-se eternamente e quando chegar novas frustrações a pessoa não saberá como agir e o resultado disso pode ser catastrófico.

 

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 26/09/2024
Alterado em 26/09/2024
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