Joel Marinho
Entre letras e versos
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A PERDA DOS ÓCULOS

JOEL MARINHO

Seu João acordou tateando ao redor da cama procurando os óculos, onde sempre guardava, mas não encontrou nada. Agoniado saiu para o banheiro, pois estava já quase urinando no pijama, como não estava enxergando bem seguiu em direção errada e mandou ver.

Satisfeito deu um suspiro de alívio, balançou aquele que em vida tinha lhe ajudado a aprontar muito e guardou cuidadosamente dentro do velho pijama os “restos mortais”. Deitou-se ao lado de sua velhinha, dona Zefa e voltou a dormir o sono dos inocentes.

Acordou com os berros de dona Zefa que espumava de raiva de seu João:

- Velho cretino, acorda e me explica isso!

Atordoado ele acordou sem entender nada do que estava acontecendo.

- O que aconteceu, mulher? Por que o diabo essa gritaria?

- Ora por que essa gritaria? Tu fizeste xixi dentro do guarda-roupa, seu imoral!

- Puta que pariu, Zefa, eu perdi meus óculos e calculei errado o caminho do banheiro.

- Mas tu és muito leso mesmo, João, dormiste de novo com os óculos na testa, seu abestalhado!

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 22/02/2025
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