A ÚLTIMA DANÇA
Do abismo de sentimento veio a solidão
Que sem demora se tornou cruel agrura
Desfez do velho peito toda a candura
Abraçou a infeliz loucura o meu coração.
Paixão que me fez arder o corpo em febre
Corredeira que me arrasta ao vil sofrimento
Desnudou meu corpo e alma ao desalento
Desse frio que já me beija em modo fúnebre.
Não há porto que eu encontre a confiança
Que me dê o menor fio de esperança
Onde o vento traga o leme da mudança?
Quero apenas reivindicar a minha herança
Não importa mais triunfo ou a bonança
Dance morte comigo essa última dança!
JOEL MARINHO