Joel Marinho
Entre letras e versos
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ERA UMA VEZ UMA SELEÇÃO

JOEL MARINHO

Retrógado, disse o menino!

Disso já fui acusado

Por criticar o Brasil

Com seu joguinho acanhado

Porém chego à conclusão

Que tenho mesmo razão

Em tudo não tenho errado.

 

Hoje a nossa seleção

Virou vitrine de beleza

De cabelinhos com gel

E cortes com sutileza

Um “corpete” para os seios

Não há mais jogador feio

E que jogue com firmeza.

 

Qualquer toquinho nas pernas

Já caem no chão gritando

Fazendo uma grande cena

E a televisão filmando

O narrador em desatino

Grita, bateram o “menino”

Assim vamos apanhando.

 

Não estou desmerecendo

Aqui nenhum jogador

Não jogam porque não querem

E começa do treinador

Nos clubes fazem escarcéu

Na seleção, Deus do céu!

Não jogam mais com amor.

 

Cada jogada é um flash

E para a câmera um sorriso

Campo virou passarela

Jogar não é mais preciso

Que triste situação

Estou perdendo a razão

E o restinho de juízo.

 

Ainda bem que eu vim

De uma grande geração

E tive o privilégio

De assistir a seleção

Jogar o “feijão com arroz”

E o resultado depois

Foi sagrar-se campeão.

 

Duas vezes vi o Brasil

Estar no topo do mundo

Por duas vezes campeão

Que sentimento profundo

Sinto muito e com razão

Que os homens da seleção

Estejam tão moribundos.

 

Campo não é passarela

E nem salão de beleza

Que sejam metrossexuais, ´

Porém joguem com firmeza

Não importa o pessoal

Façam o que achar legal,

Mas não venham com moleza.

 

Pode chamar-me retrógrado

Que eu nem vou rebater

Já vou ficar por aqui

Espero me surpreender

Mas a nova geração

Com essa triste seleção

Nunca o verão vencer.

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 26/03/2025
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