LÁGRIMAS QUE TRADUZEM SAUDADES
Caiu de repente
Um cisco em meus olhos
Na garganta um nó
No coração um aperto.
Eram dois jambeiros
E quando floriam
Um tapete vermelho
Cobria todo o chão
E aquele cheiro,
Cheiro de infância.
Beija-flores em festa
Com seus bicos certeiros
No centro da flor.
A minha frente a mata
Era tudo, era meu mundo
Era tudo o que conhecia.
As vistas já turvam
Nada mais sai
E eu queria tanto escrever
Traduzir minhas lembranças,
Porém não consigo mais
A não ser essas lágrimas
Que traduzem saudades.
Joel Marinho