Joel Marinho
Entre letras e versos
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A FELICIDADE COMO UM ESTADO DE GRAÇA

A felicidade sempre foi a busca maior dos seres humanos, tanto para ser feliz quanto para explicar este conceito que criamos ao longo da nossa história. Desde Aristóteles, Epicuro, Sócrates, Platão, Kant, entre tantos outros filósofos buscam explicar o conceito, mas nenhum deles conseguiu de fato concluir com cem por cento de certeza o que é felicidade, talvez seja porque a explicação de todos eles acabem se completando, ou não.

A missão para falar de felicidade pelo meu ponto de vista é impossível, ainda mais quando já citei todos esses ícones da filosofia mundial, mas como gosto de desafios tratarei de ‘matraquear” de forma rasa, lógico, o que é felicidade, porém sem nenhuma pretensão de uma explicação lógica e completa, apenas mostrando um exemplo do dia a dia a partir de observações bastante pessoais.

Há alguns anos na escola a qual trabalho até hoje tinha um aluno muito peralta, era primeiro ano do ensino médio e ele não parava de forma alguma, era o tempo todo falando com ele para que pudesse ministrar aula, era nítido, ele não era feliz ali e a minha impressão naquele contexto era: esse rapaz não tem nenhum sonho para ser feliz um dia.

Certo dia, tempos depois estava eu e “minha” esposa em uma lanchonete degustando um lanche quando de repente surgiu aquele rapaz sorridente vestido com a farda de gari e uma senhora ao seu lado, ao nos ver veio ao nosso encontro e me deu um forte abraço. Apresentou a nós aquela mulher dizendo ser sua mãe e continuou a tagarelar com um sorriso cheio de felicidade. Foi então que perguntei como estava a vida o qual prontamente me respondeu estar vivendo o seu melhor momento, pois tinha conseguido trabalhar naquilo que sempre fora seu grande sonho, no caminhão do lixo como gari. E ainda disse mais: “professor, hoje eu consigo trazer minha mãe a uma lanchonete e pagar um lanche que ela merece, esse talvez seja o maior significado de felicidade a mim”.

Aquelas palavras ditas por ele me tocaram profundamente, tive que segurar as lágrimas para não deixar verter e talvez tenha sido uma das maiores lições a qual já tive, pois geralmente estamos tão focados falando de felicidade como ter um emprego ou investimento que nos dê bastante dinheiro e aquele rapaz estava radiante por ter conseguido trabalhar como gari no carro de lixo correndo o dia todo em condições adversas e a noite poder levar a mãe dele a uma lanchonete e comprar um simples lanche a ela. Talvez simples a mim, a ele uma das maiores realizações da vida.

A partir daquele momento aprendi que o sentido de felicidade é tão relativo que mesmo todas as explicações filosóficas já cunhada pelos maiores filósofos do mundo não seria capaz de explicar esse sentimento tão diversificado porque ser feliz é um estado de graça sentido de forma diferente por cada ser humano.

 

Joel Marinho
Enviado por Joel Marinho em 24/06/2025
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